Baccharis dracunculifolia

Nomes populares

Alecrim-silvestre, vassourinha, alecrim-do-campo, alecrim-devassoura

Partes utilizadas

Folhas e flores

Descrição

O alecrim-silvestre é um arbusto com 2-3 metros de altura (BARROSO, 1976). A floração corre tipicamente duas vezes ao ano: do final de Março ao início de Junho, e do final de Novembro a meados de Dezembro. As flores são muito pequenas e densamente agregadas em florescências (um capítulo), que são distribuídos pelos brotos. As flores masculinas são amarelo-claro, enquanto as flores femininas são brancas; nas florescências ambos os sexos são similares em tamanho. O capítulo masculino e feminino dura de 3 a 5 dias e as flores costumam se abrir por 12 horas (ESPÍRITO-SANTO ET AL. 2003). O alecrim-silvestre ocorre no Nordeste (Bahia), no Centro-Oeste (Distrito Federal, Goiás, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso), no Sudeste (Espírito Santo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo) e no Sul (Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina).

Uso medicinal

Analgésico, tônico geral, digestivo, antidispéptico, carminativo, hepatotônico e colagogo (estimula a ação da vesícula), anticefaleico, descongestionante nasal e das vias respiratórias baixas (pulmão e brônquios), antiespasmódico da musculatura lisa e neurogênico (equilibra a atividade nervosa). É euforizante (por ser tônico) e ansiolítico (por elevar a confiança), e fomenta a memória (por melhorar a circulação sanguínea e regular a atividade neural), a agilidade mental e a capacidade de concentração. Apresenta também atividade antiplaquetária, contribuindo na prevenção da trombose. É um bom hipoglicemiante (por melhorar a comunicação entre fígado e pâncreas), atuando na regulação da atividade pancreática por meio tanto do aumento quanto da diminuição da secreção de insulina (AMERICANO, 2015).

Uso interno

Na forma de chá, é indicado para bochechos em quadros de aftas, inflamações gengivais, perda do paladar e outras afecções mucósicas. O chá das flores tem ação euforizante e melhora o desempenho mental de forma geral. O óleo essencial pode ser tomado em gotas para obter todos os ganhos já comentados (AMERICANO, 2015).

Uso externo

O óleo essencial é bom coadjuvante nas fórmulas resolutivas das condições reumáticas e nas desordens periféricas da circulação sanguínea. Age também como antisséptico e contribui como cicatrizante de feridas. Alivia neuralgias superficiais, mialgias, ciatalgias, dores intercostais e angústia de peito. Reverte estados pneumônicos e catarrais na forma de emplastro, em que se aquecem as folhas e flores com um óleo veiculador (AMERICANO, 2015).

Cuidados

Em altas concentrações, pode se tornar abortivo, pois estimula o ciclo menstrual (ação emenagoga). Por isso, é contraindicado que a gestante tome preparados à base de alecrim muito seguidamente. Além disso, como é muito ativo medicamentosamente e seus princípios ativos passam para o leite, o alecrim não deve ser ingerido com muita frequência por mulheres que estejam amamentando. Por outro lado, se o bebê tiver qualquer problema que o alecrim possa curar, será principalmente através do leite materno que ele deverá ser ministrado. Nesse caso, a mãe tomará o chá ou as gotas do óleo essencial, enriquecendo o seu leite com um princípio ativo rico e perfeitamente dosado (AMERICANO, 2015).

Referências Bibliográficas

AMERICANO, Túlio. Fitoterapia Brasileira: uma abordagem energética. Brasília: Cidade Gráfica Editora, 2015. 420 p. 

 

BARROSO, G.M. 1976. Compositae-subtribo Baccharidinae Hoffman: estudo das espécies ocorrentes no Brasil. Rodriguesia. 40: 3–273. 

 

ESPÍRITO-SANTO, M.M, MADEIRA, B.G. NEVES, F.S. FARIA, M.L FAGUNDES, M. FERNANDES, G.W. 2003. Sexual differences in reproductive phenology and their consequences for the demography of Baccharis dracunculifolia (Asteraceae), a dioecious tropical shrub. Annals of Botany 91: 13-19. 

 

HEIDEN, G.,SCHNEIDER, A. 2015. Baccharis in Lista de Espécies da Flora do Brasil. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Disponivel em: <http://floradobrasil.jbrj.gov.br/jabot/floradobrasil/FB5177>.