Mudanças climáticas e evolução do cerrado do norte de Minas Gerais durante a primeira metade do Holoceno e suas implicações sobre ocupações humanas pré-históricas

Resumo:

O período Quaternário foi marcado por diversos eventos de glaciações ao longo do último 2,6 milhões de anos. Mesmo o Holoceno, caracterizado por uma época de relativa estabilidade climática em um período interglacial, foi marcado por variações menores nos seus 11.700 anos. Estas mudanças marcaram a superfície terrestre causando modificações nos biomas, correntes de ventos, cultura e vegetação, inclusive no Cerrado brasileiro. Através de análises sobre palinomorfos da primeira metade do Holoceno, retirados do sedimento de uma vereda no norte do estado de Minas Gerais, foi possível reconstituir a vegetação e inferir sobre as possíveis mudanças climáticas nesta região entre 9.750 e 7.600 anos antes do presente. Em meio a algumas variações climáticas, este intervalo foi bem marcado pela diminuição da umidade e a implementação de um clima mais seco no Cerrado brasileiro, que causou algumas mudanças, inclusive sobre culturas de povos indígenas que habitavam a região. Estas mudanças podem ter sido um dos principais fatores para que tribos indígenas pré-históricas abandonassem a região de Minas Gerais e o Cerrado brasileiro em busca de melhores condições de sobrevivência. Portanto, este trabalho consiste em detalhar e precisar as mudanças climáticas nesta região através de análises palinológicas. Entender as mudanças climáticas e as devidas consequências no passado, nos permite compreender melhor nosso clima atual e as possíveis alterações que possam ocorrer.

Referência:

SOARES, Juliano Henrique Fonseca. Mudanças climáticas e evolução do cerrado do norte de Minas Gerais durante a primeira metade do Holoceno e suas implicações sobre ocupações humanas pré-históricas. 2017. 52 f. Monografia (Graduação em Engenharia Geológica) – Escola de Minas, Universidade Federal de Ouro Preto, Ouro Preto, 2017.