Olhos D’água - Goiás

Olhos D’água surgiu de uma promessa religiosa, feita por uma moradora da região, pela Sra. Maria Alves de Magalhães, de construir uma capela em homenagem a Santo Antônio de Pádua. Em torno da pequena igreja, fundada em 1941 pelo Pe. Luiz Maria Zephirino em terras doadas por dois cunhados fazendeiros, cresceu o povoado de Santo Antônio de Olhos D’água. que servia também como ponto de pouso de tropeiros que passavam pela região, e também o primeiro caminho a dar acesso ao sítio Castanho, pedaço do retângulo Cruls (área demarcada para a construção da nova capital). Na época, subordinado a Corumbá de Goiás, as suas terras foram repartidas pela Igreja Católica em pequenos lotes, vendidos a quem quisesse se estabelecer.

 

A arquitetura do que foi construído é muito semelhante com a de Corumbá de Goiás, o que faz com que o vilarejo aparente ser mais antigo do que realmente é, os materiais utilizados eram o adobe, a madeira e telhas produzidas pelos próprios habitantes, o que impulsionou a criação de olarias no local.

 

Os homens trabalhavam como meeiros para os fazendeiros da região. Plantavam milho, feijão, arroz e mandioca e mantinham pequenas criações. Além disso, produziam, para seu uso, utensílios de barro, como panelas, potes e artigos de tecelagem. Com o isolamento do povoado, a população criou um modo de vida próprio. Era autossuficiente em gêneros de primeira necessidade, fiava e tecia sua roupa e fazia seus utensílios — gamelas, colheres de pau e cestas.

 

O modelo de arquitetura das casas veio pelas mãos dos mestres de construção de Corumbá, que conservaram as mesmas características das antigas casas da região, dando a impressão do vilarejo hoje ser mais antigo do que aparenta. Com o nome de Olhos D’água, ele acabou emancipado em 14 de novembro de 1958, virando um município. Mas, dois anos depois, a sede municipal passou para os povoados de Alexânia e Nova Flórida. Em 1963, a cidade ganhou de vez o nome de Alexânia, tornando Olhos D’água apenas um distrito.

 

“A Linha de Tordesilhas passa aqui!” Na obra, de autoria do historiador Paulo Bertran (1948-2005), um dos maiores estudiosos da pré-história de Goiás e do Distrito Federal, constam mais detalhes da linha no Planalto Central, como sua exata localização. Ela coincide com o Meridiano 48º35’25’’, que passa em Olhos D’Água. Dali, segue pela Serra dos Pireneus, cujo pico mais elevado mede 1.385m acima do nível do mar. Mas, enquanto o povoado de Corumbá foi fundado em terras de Portugal — por uma bandeira dominada por paulistas em sua maioria de origem espanhola —, o arraial de Meia Ponte (atual Pirenópolis) foi erguido em terras da Espanha por uma bandeira liderada por portugueses. Já o povoado de Santo Antônio de Olhos D’Água nasceu vinculado a Corumbá.

 

Assinado na povoação castelhana de Tordesilhas em 7 de junho de 1494, o Tratado de Tordesilhas foi celebrado entre o Reino de Portugal e o recém-formado Reino da Espanha para dividir as terras “descobertas e por descobrir” pelas duas Coroas fora da Europa. Ele surgiu na sequência da contestação portuguesa às pretensões da Coroa espanhola resultantes da viagem de Cristóvão Colombo, que um ano e meio antes chegara ao chamado Novo Mundo.

Como chegar

São 100km do Plano Piloto até Olhos D’água. O motorista pega a BR-060 (Brasília-Goiânia) até Alexânia, percorrendo 85km. Entra na principal avenida comercial da cidade goiana e roda até o último balão, onde começa a GO-139. Segue 10km pela rodovia estadual, até um trevo, onde há uma placa indicando Olhos D’água. Dali até o povoado são mais 5km.

 

Fonte: https://ultimaparada.wordpress.com/2013/01/12/razoes-para-conhecer-olhos-dagua-o-novo-refugio-brasiliense/

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