O jogo da onça é um jogo de tabuleiro que começa a se tornar tradicional no Brasil. Sua origem remete aos povos indígenas do Brasil desde antes da invasão portuguesa, mas existem outros estudos que identificam sua origem à família de jogos Tigres e Cabras vinda da Índia. É uma divertida brincadeira que a princípio era praticada com pedras ou sementes e riscos traçados na areia e hoje pode ser jogado em diversos aplicativos para Smartphone. 
 
O jogo da onça estimula o raciocínio lógico, o pensamento estratégico, a inteligência emocional entre outras habilidades importantes para o desenvolvimento infantil e para a constituição do ser criança. O seu caráter lúdico merece destaque, pois através do brincar as crianças são capazes de criar e vencer seus próprios limites e construir suas próprias aprendizagens.
 
Os jogos e as brincadeiras estão presentes no cotidiano das crianças, sendo atividades livres e espontâneas, onde o aprendizado acontece por meio das interações com as demais crianças e com os objetos a sua volta. Podem também ser utilizadas como importantes ferramentas pedagógicas que auxiliam no processo de aprender a ser, a conhecer, a fazer e a conviver.
 
Mas como se joga?
 
Traça-se um tabuleiro conforme o da figura abaixo, pode ser no chão ou desenhado numa cartolina. As peças podem ser pedrinhas, sementes ou tampinhas. 1 peça será a onça e as outras 14 peças serão os cachorros. O objetivo do jogo é capturar 5 cachorros (para quem está jogando com a onça) ou encurralar a onça (para quem está jogando com os cachorros). Nesse vídeo você poderá entender passo a passo como se joga. 
 
 
Resolvi então fazer algumas adaptações no jogo da onça deixando-o ainda mais divertido. As regras permaneceram as mesmas, mas troquei os cachorros por animais da selva africana: A onça passou a ser o jaguar e os cachorros foram substituídos pelo elefante, girafa, rinoceronte, zebra, crocodilo, hipopótamo entre outros. As miniaturas são facilmente encontradas em lojas de brinquedos. Tal adaptação se tornou um grande estimulo para descobrir mais acerca da fantástica fauna africana. Afinal, estávamos desenvolvendo o projeto Nossa Ancestralidade Negra onde pudemos conhecer sobre os diversos países do gigantesco continente africano, sua geografia, cultura e história.
 
 
Ao final do projeto fiquei pensando que poderíamos usar o mesmo recurso para iniciarmos pesquisas sobre a nossa fauna local: o cerrado. Então troquei os animais da selva africana pelos animais do cerrado: raposa, lobo, ema, tatu, onça, tamanduá, coruja buraqueira, seriema, capivara, entre outros. Mas o problema era: onde encontrar a miniatura desses bichinhos? Procurei em diversas lojas de brinquedos e não encontrei. A solução foi fabricar artesanalmente. Eis aqui o resultado: 
 

As peças, feitas em biscuit, foram criadas pela Alcione, artesã moradora do Guará e irmã da minha amiga Margarida que foi quem me presenteou com esse maravilhoso mimo. Faça uma visita à nossa Brinquedoteca Comunitária Ludocriarte para jogarmos uma partida e aproveite para conhecer sobre os projetos que desenvolvemos por lá.

 
Isaac Mendes