Frutas exóticas cultivadas no Cerrado do Distrito Federal: maturação, composição fenólica, atividade antioxidante, aplicação e estudo de estabilidade em micropartículas

Autor(a):

Bruna Cabral Reis

Resumo:

Sabendo que o Cerrado possui um “terroir” peculiar e apresenta frutas com alto potencial antioxidante devido às suas condições estressantes, frutas exóticas cultivadas nesse bioma foram estudadas quanto a sua biometria, maturação, composição fenólica e atividade antioxidante. A fruta com maior atividade antioxidante foi utilizada para aplicação e estudo de estabilidade em micropartículas. As frutas estudadas foram: jabuticaba (Plinia cauliflora), pitanga (Eugenia uniflora L.), seriguela (Spondias purpúrea L) e amora (Morus sp.) cultivadas no Cerrado do Distrito Federal e entorno. Medidas do comprimento, largura, massa e número de sementes por fruto foram feitas em cada fruto para a biometria. Para a maturação foram analisados o pH, acidez titulável, teor de sólidos solúveis, e calculado o grau de maturação. Os teores de polifenois totais, polifenois não polimerizados, polifenois polimerizados, orto-difenois, ésteres tartáricos, flavonois e antocianinas monoméricas totais foram determinados. A capacidade de captura dos radicais DPPH e ABTS também foi avaliada, bem como a correlação entre a composição fenólica e atividade antioxidante. As características biométricas foram típicas das espécies. Sobre as características de maturação, as frutas foram colhidas em estádio maduro e em geral apresentaram maior teor de sólidos solúveis e menor acidez comparado com estudos em outras regiões. Foram encontrados altos teores de compostos fenólicos e de atividade antioxidante nessas frutas. Dentre as frutas estudadas, a jabuticaba foi a fruta com maior teor de compostos fenólicos e o solvente mais eficiente para extração de polifenois foi o metanol. Os valores dos compostos bioativos avaliados apresentaram correlação positiva (p < 0,05) com a capacidade de captura dos radicais livres avaliados. Após esses estudos, foram desenvolvidas micropartículas de extrato de casca de jabuticaba por meio do método de spray drying utilizando o polímero quitosana. Após estudos de caracterização foi selecionado o melhor sistema de micropartículas que apresentou alta eficiência de encapsulação (~ 79 %), morfologia esférica e com superfície lisa, diâmetro médio de ~ 9 μm, e potencial zeta + 3,21 mV. Para avaliação da estabilidade, essas micropartículas foram submetidas a três condições de temperatura e o teor de polifenois totais foi determinado. Após 60 dias verificou-se que as micropartículas foram capazes de melhorar a estabilidade de polifenois totais. Foi possível desenvolver um sistema microencapsulado de extrato de casca de fruto de jabuticaba e esse sistema foi capaz de proteger os polifenois totais do extrato e melhorar sua estabilidade.

Referência:

REIS, Bruna Cabral. Frutas exóticas cultivadas no Cerrado do Distrito Federal: maturação, composição fenólica, atividade antioxidante, aplicação e estudo de estabilidade em micropartículas. 2016. xi, 113 f., il. Dissertação (Mestrado em Ciências e Tecnologias em Saúde)—Universidade de Brasília, Brasília, 2016.

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