Exposição

De mãos limpas e almas lavadas.
Os saberes/fazeres das lavadeiras da Cidade de Goiás (GO)

Utilizado por lavadeiras de ganho, o rio Vermelho serviu, desde os tempos do Brasil colônia, como fonte de trabalho. Tornou-se. na contemporaneidade, ambiente de inspiração para a poesia de Cora Coralina que escreveu sobre as lavadeiras:        

Essa Mulher…
Tosca. Sentada. Alheada…
Braços cansados
Descansando nos joelhos…
olhar parado, vago,
perdida no seu mundo
de trouxas e espuma de sabão – é a lavadeira.  Às lavadeiras do Rio Vermelho da minha terra, faço deste pequeno poema meu altar de ofertas. 

CORA CORALINA, 1993, p. 20-208.                         

Afluente do rio Araguaia, o rio Vermelho nasce na Serra Dourada e chega à Cidade de Goiás, dividindo-a. Ao longo dos séculos, desempenhou diversas funções: foi fonte para exploração aurífera, no século XVIII, e, nos séculos XIX e XX abasteceu a cidade; recebeu o lixo urbano, sofreu duas enchentes (1871 e 2001); alguns de seus trechos foram utilizados por famílias como extensão privada na lavação de roupas; até 1970 foi ambiente de trabalho das lavadeiras de ganho. O rio foi ficando mais sujo e as lavadeiras desapareceram …

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