Cerrado em Aquarela

Martim Pescador Grande

(Megaceryle torquata)

O Martim Pescador Grande alimenta-se de peixes, os quais captura com seu bico comprido ao mergulhar de uma certa altura. Ele permanece em poleiros ou voando parado no ar enquanto avalia o momento certo de mergulhar. Esta é a maior espécie de martim-pescador das américas. Faz seus ninhos em barrancos, geralmente na margem do rio, onde cava um túnel de até 2 m de profundidade com uma cavidade no fim onde fica o ninho.
Tucano Toco

(Ramphastos toco)

O Tucano Toco, também conhecido como Tucanaçu ou Tucanuçu, é a maior e mais conhecida das espécies de Tucanos. Gostam tanto de florestas quanto de áreas mais abertas de savana, sendo típico da Mata Atlântica, do Cerrado e algumas regiões da Floresta Amazônica. Vive em pares ou em pequenos grupos, e se alimenta principalmente de frutos e insetos, porém também pode atacar ninhos e predar os ovos e filhotes de outras aves. Seu grande e colorido bico pode ajudar a controlar sua temperatura corporal, expondo-o ao sol para se aquecer, por exemplo.
Ipê Verde

(Cybistax antisyphilitica)

O Ipê Verde é um membro menos conhecido da família dos ipês (Bignoniaceae). Encontrado com pouca frequência, é uma árvore nativa característica do Cerrado, com tronco retorcido e casca grossa, o que, junto com a cor pouco chamativa e menor abundância das flores, o diferencia dos restante dos ipês. Sua casca e folha possuem propriedades fitoterápicas contra a sífilis, possuindo inclusive efeito larvicida contra Aedes aegypti.
Pica Pau Branco

(Melanerpes candidus)

Também conhecido como Birro, devido seu chamado forte e anasalado, o Pica-Pau-Branco vive em grupos de 6 a 10 indivíduos e tem preferência por áreas campestre ou capoeiras ralas, tendo certa tolerância para áreas urbanas e rurais. Sua cor o destaca das outras espécies de pica-pau, que costumam ter um colorido vivo.
Borboleta Estaladeira

(Hamadryas feronia)

A Borboleta Estaladeira é conhecida assim devido ao som estalado (estridulação) que é capaz de emitir com suas asas. Os machos são bastante competitivos e até mesmo agressivos, e utilizam o som para marcar dominância sobre fontes de alimento ou fêmeas da mesma espécie. Também destaca-se por manter as asas abertas na posição de repouso, ao contrário do que a maioria das espécies de borboletas fazem. Elas fazem isso para camuflar-se com os padrões em suas asas em meio às cascas das árvores. É bem comum e possui uma distribuição ampla, chegando a ocorrer até na América do Norte.
Cachorro Vinagre

(Speothos venaticus)

O Cachorro Vinagre é uma espécie rara de canídeo bastante sociável, vivendo em grupos familiares de até 10 indivíduos. É predador de pequenos a médios mamíferos, e se mostra à vontade na água, possuindo membranas interdigitais que o ajudam a nadar melhor. Encontra-se em estado de conservação preocupante, notoriamente no Cerrado e na Mata Atlântica, devido principalmente à degradação de seu habitat, e a doenças transmitidas por animais domésticos e atropelamentos.
Gavião Peneira

(Elanus leucurus)

O Gavião Peneira é um predador de pequenos roedores e lagartos que utiliza de uma técnica comumente chamada de "peneirar", que consiste em manter-se parado no ar (em média a 30 metros do chão) examinando o solo a procura de presas, de onde mergulha para capturá-las. Tem preferência por áreas campestres, ou formações florestais permeadas por áreas abertas, pois é onde melhor obtém visão de suas presas no solo.
Orelha de Pau

(Pycnoporos sanguineus)

Essa espécie de Orelha de Pau é bastante comum e chamativa. Orelhas-de-Pau são fungos do mesmo filo que cogumelos (Basidiomycota) que crescem em troncos de árvores mortas, e possuem o importante papel ecológico de decompor a matéria orgânica da madeira, reciclando seus nutrientes.
Alma de Gato

(Piaya cayana)

O Alma de Gato é conhecido assim graças a sua forma ágil de se deslocar na copa das árvores, pulando de um galho ao outro com o auxílio de sua longa cauda para manter o equilíbrio, enquanto busca por lagartas ou outros insetos, que compõem a maior parte de sua dieta.
Cobra de Vidro

(Ophiodes sp.)

A Cobra de Vidro na verdade pertence a subordem dos lagartos e não à das serpentes, e portanto não é uma cobra, como é comumente chamada, e sim um lagarto sem pernas. São animais de hábitos fossoriais, rastejando entre as camadas de matéria orgânica e capturando insetos e aracnídeos. Nesta ilustração de técnica mista (aquarela com nanquim), são destacados alguns detalhes do animal que permitem identificá-lo como um lagarto e não uma cobra.
Pedro Henrique Vogeley
Cerratense de coração e biólogo em formação pela Universidade de Brasília, Pedro usa a Ilustração Científica para unir arte e ciência na valorização do Cerrado. Seu intuito é aproveitar a beleza e riqueza de sua fauna e flora únicos, tantas vezes negligenciadas, para difundir conhecimento e gerar conscientização, interesse e afinidade.
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