Grupo Pesquisador em Educação Ambiental, Comunicação e Arte da UFMT

O Grupo Pesquisador em Educação Ambiental, Comunicação e Arte (GPEA) da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) foi criado em 1997 com vistas a fortalecer não somente o campo teórico (episteme) da educação ambiental, mas também pelas vivências, intervenções e metodologia (práxis), além de colaborar com os valores éticos (axioma) e participativos da construção de políticas públicas. É um grupo pesquisador que mantém a investigação como alicerce de suas orientações, e que atua na formação dos sujeitos, reconhecendo a importância da educação inicial e permanente e tem forte atuação e diálogos com a sociedade civil, as comunidades tradicionais e os grupos sociais vulneráveis. O GPEA possui vasta experiência com a educação popular, especialmente com pequenas comunidades. Temos também trabalhado com a comunidade escolar dessas comunidades na perspectiva da formação continuada, das escolas sustentáveis e da construção GPEA oriente-se pela construção de projetos ambientais escolares e comunitários (PAEC). Temos experiências com os três biomas do estado (Amazônia, Pantanal e Cerrado) e temos investigado o território mato-grossense por meio de suas identidades, cultura e conflitos socioambientais.


Somos os estudiosos que se aventuram nos territórios mato-grossenses tentando interpretar o mosaico humano em contato com o ambiente. Construímos sonhos para “um outro mundo possível” por meio de políticas públicas, aliando conceitos, teorias e campos epistemológicos; tateando na prática, criando métodos, errando e construindo atos praxiológicos; mas que no fundo, buscam alicerçar a pesquisa no substrato axiomático de valores, fé, ideologia e ética de quem não se cansa em tentar combater as injustiças sociais, reconhecendo que elas estão intrinsecamente conectadas ao mundo biofísico, que lamentavelmente para muitos, virou mero mercado sob a égide da denominação de “recursos naturais”.


A ordem social da Modernidade foi movida por uma lógica racionalista e hierarquizante, marcando claramente o distanciamento entre a cultura erudita da popular para que a elite se aproprie do poder material e mantenha o status quo. Entendemos que a elite não é somente uma casta social, mas aquela também impregnada no âmbito das ciências e infelizmente no mundo das pesquisas das ciências humanas, que ainda têm a educação popular como se fosse de qualidade inferior que não teve lugar na história econômica do “sucesso”.

Todavia, o que nos motiva é exatamente a outra parte “fracassada” que ninguém se interessa muito, porque marginalizada, tanto do ponto de vista econômico ou social, pulsa um poder político e imaterial que oferece um denso arcabouço teórico de pesquisa. É preciso admitir, neste contexto, que não temos apenas uma pretensão científica, mas também temos um compromisso marcadamente social.


O GPEA coordenou e ainda coordena diversos projetos que não permaneceram somente no solo brasileiro, mas teve intercâmbios, parcerias e convênios internacionais envolvendo países da América, Europa, África, Ásia e Oceania. Além de vários contatos internacionais, possui intercâmbios científicos com diversas universidades brasileiras. Teve inúmeros estudantes de iniciação científica, de extensão universitária, especialização, mestrado, doutorado e estágios de pós-doutorados. Nos últimos anos tem sido um colaborador ao Fórum de Direitos Humanos e da Terra, atuando em várias frentes de injustiças socioambientais. O GPEA estabelece seus projetos de pesquisa em diálogos também com governos, mantendo o diálogo para que as produções científicas consigam fortalecer as políticas públicas.


No campo da política, é possível que tenhamos uma tendência quixotesca em acumular derrotas, desertos, labirintos… Não por opção, mas exatamente por ausências dos direitos às nossas escolhas. E por tanto querer mudar o mundo, viramos as noites em leituras, padecemos na seca das ruas empoeiradas, viajamos de caminhões e pegamos carona até com trator – mas havia também a hora do repouso, sentados à beira da fogueira, buscamos construir outras formas de se concretizar a produção dos saberes. Assim construímos uma espécie de ecologia de resistência: uma espécie de transposição onde se cria novos instantes de carícias contra a tirania da eternidade trágica. Ou simplesmente porque seja a latente esperança pela vida, que mantém a identidade por “amor às causas perdidas”.

 

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