Brincar no Cerrado
O contato com a natureza colabora para a criatividade, autoconfiança, capacidade de tomar decisões e resolver problemas, o desenvolvimento de múltiplas linguagens, a concentração, melhora a coordenação motora e a qualidade do sono. Também desperta para o encantamento, a empatia e o senso de pertencimento.
Nesta época do ano, em plena seca, o Cerrado floresce e encanta. Em meio ao cenário de tons alaranjados, os ipês, cagaitas, caliandras e pequizeiros surpreendem e colorem a paisagem, instigando os mais curiosos a colherem flores, sementes e galhos. Esses elementos podem ser apenas o primeiro passo para uma nova brincadeira.
A contemplação é outra opção para se entreter no Cerrado. Observar o “céu azul de nuvens doidas”, ver aves como o carcará, o tucanuçu, a coruja-buraqueira. Contar as variações dos tons de verde, amarelo e marrom. Apreciar as nascentes e as inúmeras cachoeiras que ainda brotam no bioma mais ameaçado do Brasil. Fazer trilhas. Encontrar pedras. Identificar e catalogar as árvores.
“Brincar do lado de fora, brincar com a natureza, brincar ao ar livre, nos permite entrar em contato com o ecossistema em que a gente vive. Como é que eu percebo esse bioma? Quando estou do lado de fora, eu recebo uma série de informações da vegetação, da temperatura, da umidade, as cores do céu, os formatos das nuvens que são características desse Cerrado. É perceber o Cerrado brincando. E ajudar na preservação é justamente viver essa conexão, com esse vínculo. Quando eu brinco todos os dias, quando estou nessa imersão, nessa conexão com esse espaço que eu habito de fato, eu crio um vínculo. E, como diz Caetano Veloso: ‘Quando a gente gosta é claro que a gente cuida’” Ana Carol Thomé.