Declarações de amor ao Cerrado!

Apesar de tudo, celebremos.

Evandro Valentim de Melo, Brasília - DF

Confesso, redijo sob suspeição

Palavras escritas com tinta despejada do coração

Deponho com misto de bem-querer e temor

Meu mais amado bioma a sofrer atentados de terror

A flora, com árvores cujas raízes cavam em grande profundidade,

Ameaçada pela ganância maquiada de humana necessidade

Inimigos tão poderosos, não é trivial enfrentar

Ainda bem, que a cada chuva, a teimosia torna a rebrotar

Apesar de tudo, as gentes do Cerrado emendam retalhos

Creem na força da união proveniente de seus trabalhos

Colhem, semeiam, costuram com invejável perseverança

Recriam paisagens com tecido estampado de esperança

Não obstante acuado, reduzido, ameaçado, incendiado…

Celebremos o Dia do Cerrado

Vivas ao berço das águas!

Vivas às árvores tortuosas!

Inimaginável pensar: o futuro, como será

Se não mais existir o lar do lobo-guará?