Ordem Iniciática do Cruzeiro Divino (OICD)


A tradição da Ordem Iniciática do Cruzeiro Divino (OICD) é mantida na Capital Federal por mestre Aramaty, liderança religiosa que está à frente da subsede da referida ordem no DF (a sede da OICD encontra-se em São Paulo). Aramaty, na linhagem espiritual, é neto de mestre Yapacany, conhecido como WW Mata e Silva e autor de vários livros umbandistas, sendo o mais popular deles “Umbanda de todos nós” (1956). Mestre Yapacany é pai espiritual de Mestre Arhapiagha, fundador da Faculdade de Teologia Umbandista, que, 21 anos, iniciou Mestre Aramaty, em São Paulo. Criado dezessete anos atrás, sob outra denominação, o templo está localizado na rodovia DF 205, rua F, chácara 14, Jardins do Morumbi, Planaltina (DF). Cinco anos após a criação desse espaço religioso, a OICD assumiu o terreiro e nele instalou sua subsede do Distrito Federal. Mestre Aramaty, por sua vez, é o sacerdote da casa oito anos. Essa ordem iniciática adota a filosofia umbandista denominada Escola de Síntese, que, sistematizada por Mestre Arhapiagha, busca reunir todas as vertentes da Umbanda tradicional. Segundo o sacerdote, quando Mestre Yapacany fundou a Escola Umbandista, ele se propunha a aprofundar o entendimento acerca das origens históricas das tradições religiosas que remontam à Umbanda, ou seja, a soma dos cultos ameríndio, africano e indo-europeu, o que daria novos contornos a essa religiosidade singular. Quando Mestre Arhapiagha assumiu a direção da Escola Umbandista, deu origem à Faculdade de Teologia Umbandista, que é credenciada e está em processo de reconhecimento pelo MEC, e contempla todas as vertentes da Umbanda. A Escola de Síntese ou Ordem Iniciática preza pela multiplicidade rito-litúrgica e concentra elementos das mais variadas tradições de culto de matriz afro-brasileira. No altar do salão da casa religiosa são encontradas três das representações de maior expressão do movimento umbandista. Do lado direito, acha-se a imagem de um preto-velho, ente que, ao referenciar a África, simboliza sabedoria dos antigos e a humildade. No centro está o Caboclo, representando os povos ameríndios, trazendo consigo o valor da simplicidade e da força. À esquerda do altar, -se a representação de uma criança branca, que faz alusão não a espiritualidade infantil, mas também aos povos indo-europeus, simbolizando o valor da pureza e da alegria. Mestre Aramaty ressalta que não é possível estabelecer uma data de criação da Umbanda, pois essa religião é fruto da mestiçagem do povo brasileiro. Portanto, carrega elementos das três etnias que formaram o Brasil. Aramaty esclarece que procura transmitir a visitantes e fiéis a ideia de que: “não precisa haver um espaço específico para se tornar sagrado ou para viver o sagrado, pois o sagrado está em todo lugar, no tempo e no mundo.” O mestre umbandista acredita ainda que a humanidade necessita despertar a consciência de que o sagrado está presente em tudo. E acrescenta que somente a partir dessa compreensão torna-se possível viver bem, como propõe a Umbanda”. 

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Fonte: Terreiros do Distrito Federal e Entorno : Inventário Nacional de Referências Culturais / Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). Superintendência do Iphan no Distrito Federal ; coordenação de Giorge Bessoni, Rodrigo Ramassote e Marcelo Reis ; textos de Marcelo Reis … [et al.]. – Brasília, DF : Iphan-DF, 2012. Disponível em: 

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