Chiquitano

Origem do nome

A palavra chiquito significa “pequeno” e designa os vários grupos localizados na zona de transição entre o Chaco Boreal e as selvas pantanosas que se estendem desde o Amazonas. Chiquitos, povos do planalto, foram assim chamados devido à suposição de que se tratava de uma povoação de pessoas pequenas, devido à pouca altura das entradas das casas, o que, na verdade, era para evitar a entrada de mosquitos.

Localização do povo

No Brasil, os Chiquitano vivem no estado do Mato Grosso, na fronteira com a Bolívia, nos municípios de Vila Bela, Cáceres e Porto Espiridião. Na Bolívia, localizam-se no departamento de Santa Cruz, nas províncias Nuflo de Chaves, Velasco, Chiquitos e Sandoval.

No Brasil, há algumas comunidades pequenas, de cinco a oito famílias, que vivem na beira da estrada que liga Cáceres a San Matias. Há também comunidades maiores, com número variado de 10 a 30 famílias, cujas terras foram loteadas pelo Incra e tidas como “assentamentos”. Há ainda agrupamentos que vivem nos destacamentos militares da fronteira do Brasil, com cerca de 30 a 40 famílias nucleares e que têm “permissão” para viverem e plantarem nessas terras. Por fim, há algumas famílias que vivem em fazendas, sob a aparente aprovação do fazendeiro (Silva et all,1998).

Todas as comunidades estão espalhadas em uma vasta região fronteiriça, somando cerca de 29 estabelecimentos organizados de acordo com sete eixos ou núcleos principais agrupados de acordo com a distância entre os estabelecimentos, laços de parentesco, trocas e festas:

  1. Núcleo Limão: com quatro estabelecimentos, sendo dois deles na beira da estrada e um em área do destacamento militar;

  2. Núcleo de Fortuna: com três estabelecimentos, todos eles em áreas de destacamento militar;

  3. Núcleo de Osbi: com sete estabelecimentos, um deles próximo a um destacamento militar;

  4. Núcleo de Palmarito: com cinco estabelecimentos, dois deles em área de destacamento militar;

  5. Núcleo Roça Velha: com dois estabelecimentos, sem relações com o exército, porém já bastante despovoados, com muitas famílias morando em Porto Espiridião e/ou Cáceres;

  6. Núcleo de San Fabiano: com cinco estabelecimentos e apenas um com relações diretas com o exército, é considerado o núcleo mais tradicional e mais fechado para o mundo exterior;

  7. Núcleo de Bocaina: com três estabelecimentos muito próximos uns dos outros.

Referências bibliográficas

Joana Aparecida Fernandes Silva; José Eduardo Moreira da Costa. Povos Indígenas no Brasil. Disponível em: <https://pib.socioambiental.org/pt/Povo:Chiquitano>. Acesso em: 07 de ago. de 2020.

 

RODRIGUES, Aryon Dall’Igna. Línguas indígenas brasileiras. Brasília, DF: Laboratório de Línguas Indígenas da UnB, 2013. 29p. Disponível em: <http://www.letras.ufmg.br/lali/PDF/L%C3%ADnguas_indigenas_brasiliras_RODRIGUES,Aryon_Dall%C2%B4Igna.pdf>. Acesso em: 16 de ago. de 2020.