Jardim Piloto

“Jardim Piloto” é o projeto de implantação do primeiro jardim Cerrado em uma rotatória viária (“balão”) do Plano Piloto. Surge como uma nova possibilidade paisagística urbana, totalmente alinhada com o Bioma natural onde Brasília se insere.
O projeto Jardim Piloto apresenta à comunidade as inúmeras vantagens de fazer jardins com plantas nativas do Cerrado, começando pelo fato de elas estarem adaptadas às condições de clima e solos locais. E traz reflexões acerca da importância de utilizar os espaços urbanos na conservação da biodiversidade. Uma iniciativa que caminha para o ideal de uma cidade mais sustentável e que condiz com a realidade ambiental e com os desafios das mudanças climáticas que enfrentamos atualmente.
O principal objetivo do projeto é agregar ações que sensibilizem, mobilizem e promovam o envolvimento de diversas esferas, como o governo, organizações sociais, comunidade e empresas em torno do jardim. A ideia é engajar a comunidade em algo positivo, que seja impactante para a cidade a curto e longo prazo.
Para que isso seja possível, o projeto conta com um planejamento estratégico de impacto social Toda documentação deste processo resultará em um longa-metragem documentário também chamado Jardim Piloto. O filme, além de contar de onde surgiu a ideia e todos os passos percorridos até chegar à construção do jardim, também funcionará como instrumento de aprendizagem e conscientização, desfazendo o mito de que não é possível plantar Cerrado.

O projeto Jardim Piloto foi idealizado pela cineasta Dani Azul ao conhecer o projeto Jardins de Cerrado, realizado pela arquiteta e paisagista Mariana Siqueira. Mariana apresentava o projeto em uma palestra e sua história surpreendeu Dani Azul em muitos sentidos, pois ela percebeu o quanto desconhecia o seu Bioma natal, o Cerrado. A primeira informação surpreendente foi a de que existia uma crença de que “Cerrado não se planta”. Quando Mariana foi buscar plantas nativas do cerrado – capins, ervas e arbustos – em viveiros convencionais para fazer um jardim, encontrou apenas
negativas. Mas ela não parou aí, e foi em busca de pessoas que plantavam Cerrado.
A cada passo que Mariana contava sua saga os olhos de Dani Azul brilhavam e cada vez mais a vontade de fazer um documentário ficava mais forte. Ela pensava que esse conhecimento é precioso e mais pessoas precisavam saber sobre os Jardins de Cerrado e que a maior parte da biodiversidade do Cerrado se encontra no estrato herbáceo arbustivo do Bioma. A cineasta se contorcia na cadeira chocada por desconhecer essas informações.
Mariana então nos revela um dos motivos de nosso desconhecimento e desvalorização do bioma Cerrado. Na nossa educação escolar e na mídia, os tipos de vegetação priorizados são as florestas. Elas se tornaram sinônimo de beleza e abundância e acabamos por educar o nosso olhar apenas para as árvores altas.

Sendo que o Cerrado é um bioma que ocupa grande parte do território brasileiro mas não é verdinho, não tem árvores altas e grande parte do cerrado foi ocupado com pasto. Então hoje a maioria das paisagens que vemos nas regiões de cerrado são compostas por
braquiária e árvores tortas, e essa é a referência para a maioria das pessoas.
Dani Azul foi conhecer um campo de cerrado nativo e percebeu a beleza do seu Bioma natal. Inspirada com o que viu, foi buscar mais informações e descobriu que suas longas raízes permitiam a infiltração de água nutrindo os maiores lençóis freáticos do Brasil, que esse bioma ocupa uma área de 22% do território nacional, é nele que nascem as 3 maiores bacias hidrográficas da América do Sul e é a savana de maior biodiversidade do mundo.
Sensibilizada com todo esse conhecimento a cineasta decide fazer um documentário para revelar essas informações a mais pessoas. Apresentou o projeto a Mariana e as duas seguiram juntas para fazer o sonho se tornar realidade.
Levou alguns anos para o projeto ser concebido e finalmente ser contemplado com o edital do FAC. Hoje estamos em fase de realização do projeto de documentário de impacto social que é o Jardim Piloto.

 

Objetivos:

– Revelar que a base do bioma Cerrado são plantas de pequeno porte: aproximadamente 60% de sua flora são capins, ervas e arbustos.

– Sensibilizar a comunidade com relação a importância de se conservar o Cerrado, nosso bioma nativo.
– Inspirar o uso de jardins com plantas nativas do Cerrado no paisagismo urbano, embelezando a cidade com seu bioma nativo e
consequentemente aproximando as pessoas do Cerrado.