Gênero Aotus

O gênero Aotus inclui as espécies popularmente conhecidas como macaco-da-noite e macaco-da-noite-de-pescoço-vermelho. As espécies deste gênero se diferenciam das demais devido às seguintes características: possuem hábitos noturnos, sistema de acasalamento monogâmico (um macho e uma fêmea durante várias estações) e alto cuidado parental, cujo há um intenso envolvimento do macho no cuidado dos filhotes para transportá-los, protegê-los contra predadores, partilhar alimentos e brincadeiras.

Já em relação ao comportamento, pouco se conhece sobre esses animais e o estudo da vocalização é um aliado para entender mais sobre seus hábitos e modo de vida. Estima-se que os macacos-da-noite produzam uma grande variedade de sons, com até oito categorias de chamados distintos, portanto, decifrar esses significados é de suma importância para a localização e o estudo desses animais.

Fonte: 

DUQUE, E. F.; CHICA, A. G. (2018). Entendiendo los monos nocturnos (Aotus azarae) en la Argentina: veinte anos de aportes científicos del Proyecto Mirikiná. La primatologia en Latinoamérica 2, Ed.IVIC. Instituto Venezolano de Investigaciones Científicas. Caracas, Venezuela. p. 57-67, 2018.

MIGLIOLO, R. B. D., Análise da percepção de cores em macaco da noite (Aotus spp) e humanos: uma abordagem comportamental sob diferentes condições luminosas. 2012. 116f. Dissertação (Mestrado em Biologia Animal) – UnB. Brasília, p.22-25, 2012.

Conheça a única espécie Cerratense

Aotus azarae, (Humboldt, 1811)

Nome(s) popular(es):

Macaco-da-noite.

Características físicas:

São primatas de pequeno porte que apresentam uma pelagem curta castanha e o ventre laranja; apresentam olhos grandes que permitem uma maior sensibilidade à luz e assim auxiliam nas suas atividades noturnas. Os macacos-da-noite, em geral, pesam entre 0,7 Kg a 1,2 Kg, sendo o comprimento da cabeça e do corpo entre 30 a 40,2 cm e o da cauda, de 2,5 a 4,4 cm. Sendo assim, esses primatas não apresentam dimorfismo sexual aparente relacionado ao seu tamanho e peso.

Ecologia:

No Cerrado, encontramos a espécie Aotus azarae (macaco-da-noite) que embora seja um animal noturno também apresentam atividade catemeral, ou seja, realizam atividades tanto durante o dia quanto à noite. Essas atividades estão muito relacionadas com a fase lunar, onde os animais apresentam momentos de maior atividade ao amanhecer e ao entardecer.

O tamanho do grupo pode variar entre dois a seis indivíduos, com um representante adulto de cada sexo e, praticamente, não apresentam dimorfismo sexual em relação às características físicas e são bastante territoriais. Além disso, esses animais apresentam uma dieta composta por insetos, folhas e frutos, sendo preferencialmente frugívoros.

Distribuição geográfica:

O Aotus azarae tem uma distribuição bastante ampla no Brasil, desde o sudeste do Amapá, centro do Pará, Tocantins, Maranhão, oeste de Goiás, Mato Grosso, bacia do Paraguai, Mato Grosso do Sul, Piauí, entre outros. Além da sua ampla distribuição Latino Americana, desde a região sul e oeste do Chaco Paraguai às províncias de Formosa e Chaco.

Status de conservação e Ameaças:

De acordo com a União Internacional para Conservação da Natureza (IUCN, 2016), o estado de conservação desses animais ainda está intitulado como Pouco Preocupante (LC). Em geral, os primatas são os principais animais prejudicados com as ações antrópicas, tendo como ameaças: agricultura, pecuária, expansão urbana, desmatamento, incêndio e extração de minérios.

Referências:

DUQUE, E. F.; CHICA, A. G. (2018). Entendiendo los monos nocturnos (Aotus azarae) en la Argentina: veinte anos de aportes científicos del Proyecto Mirikiná. La primatologia en Latinoamérica 2, Ed.IVIC. Instituto Venezolano de Investigaciones Científicas. Caracas, Venezuela. p. 57-67, 2018.

 

MIGLIOLO, R. B. D., Análise da percepção de cores em macaco da noite (Aotus spp) e humanos: uma abordagem comportamental sob diferentes condições luminosas. 2012. 116f. Dissertação (Mestrado em Biologia Animal) – UnB. Brasília, p.22-25, 2012.