Sapajus cay, (Illiger, 1815)

Nome(s) popular(es):

Macaco-prego-de-Azara; macaco-prego.

Características físicas:

Possui dois, muitas vezes discretos, tufos de pelos (topetes) na parte superior da cabeça com variação de coloração entre o marrom-claro e escuro. Região dorsal, pescoço e primeiro terço das costas mais escuro que o restante do corpo. Os olhos, nariz e boca são cingidos de pelos brancos, enquanto a região da face estendida das orelhas até o queixo possui uma linha lateral escura. A parte superior dos braços, coxas e lombo são marrom-acinzentados e a região-ventral é amarelo-alaranjada. Para contrastar, as mãos, pés e antebraços são negros. Por fim, os tufos de pelos na região terminal da cauda (pincel caudal) são de coloração marrom-escuro.

 

Os machos são somente 7% mais pesados que as fêmeas, nas quais pesam, em média, 2,9 kg. Possuem aproximadamente 39,5 cm de comprimento corporal e 42,5 cm de comprimento caudal.

Ecologia:

Organizam-se em grupos com menos de 30 indivíduos e, praticamente, não possuem dimorfismo sexual. Têm uma gestação de aproximadamente 170 dias com nascimento de um único filhote. Sapajus cay é reconhecido pela sua plasticidade comportamental, capaz de sobreviver em áreas modificadas pelo ser humano. Possuem uma alimentação oportunista e grandes habilidades manipulativas como o uso de proto-instrumentos e ferramentas. Sua dieta consiste em frutos, insetos, brotos, néctar, flores, pequenos vertebrados e até pequenos roedores.

Distribuição geográfica:

O Sapajus cay (macaco-prego-de-Azara) é uma espécie de macaco-prego que ocorre desde o sul do Mato Grosso do Sul até o sudeste de Goiás. Também podem ser encontrados fora do Brasil (Argentina, Bolívia e Paraguai), ou seja, não são endêmicos do Brasil. São encontrados em florestas semidecíduas, úmidas, no Pantanal e no Cerrado. Estima-se que a área de ocorrência da espécie seja de 123.615,35 km² e sua área de ocupação (home range) ultrapasse os 2.000 km².

Status de conservação e Ameaças:

“Pouco preocupante” (LC): de acordo com a IUCN (União Internacional para Conservação da Natureza). Porém, o avanço da agricultura, pecuária, expansão urbana, desmatamento, redução de habitat, poluição, caça, incêndios, entre outros, têm contribuído para a redução da população total da espécie.

Referências:

Cazzadore, K.C. (2007). Estudo do Comportamento Alimentar e de Forrageio de um Grupo de Macacos-Prego (Cebus apella) no Parque Estadual Matas do Segredo, Campo Grande, Mato Grosso do Sul. Dissertação (Mestrado em Psicologia). Universidade Católica Dom Bosco.

 

Coimbra-Filho, A.F. (1986). O macaco-prego-de-peito-amarelo, Cebus apella xanthosternos (Wied, 1820). Informativo FBCN, 10 (4): 3.

 

Dos Reis, N. R., Peracchi, A. L., Batista, C. B., & Rosa, G. L. M. (Eds.). (2015). Primatas do Brasil: Guia de campo. TB, Technical Books Editora.

 

Ferrari, S. F. & Lopes, M. A. (1995). A rejeição de frutos de macacos-pregos (Cebus apella) durante a predação de semente de Cariniana isto f (Lecythidaceae): Comportamento de Forragemento Subótimo ou apenas “Esbanjador”. P. 59. In: VII Congresso Brasileiro de Primatologia, Natal, Rio Grande do Norte. Resumo C23.

 

Fleagle, J. G. (1988). Primate, Adaptation and Evolution. Academic Press. 500p.

Fragaszy, D.M.; VisalberghiI, E. & Fededigan, L. (2004). The Complete Capuchin: The Biology of the Genus Cebus. Cambridge University Press. 356p.

 

IUCN/SSC Neotropical Primates Species Assessment Workshop (Red List). (2007). Oficina realizada em novembro de 2007 em Orlando, Florida, Estados Unidos.

 

Wallace, R.B. (2008). Cebus cay. In: IUCN Red isto f Threatened Species, Version 2011.2. Disponível em www.iucnredlist.org. Acessada em 20/12/2020.