Avaliação da sucessão ecológica e do desenvolvimento de árvores em uma lavra de cascalho revegetada do Distrito Federal, DF - Brasil
Autor(a):
Carolina Rizzi Starr
Resumo:
O Cerrado brasileiro apresenta a maior biodiversidade florística entre as existentes no Mundo. 41,6% da cobertura vegetal do Cerrado foram substituídas em decorrência de atividades antrópicas. Uma dessas atividades é a mineração. O processo de recuperação de área degradada pela mineração é lento e complicado e envolve atividades de revegetação associado com manejos de solo. O presente experimento foi estabelecido em uma cascalheira explotada, localizada na ARIE Santuário de Vida Silvestre do Riacho Fundo – DF. A cascalheira foi revegetada em 2003, metade da área da jazida foi escarificada e semeada com Stylosanthes spp. e a outra metade não recebeu nenhum tratamento de estrato herbáceo, o Stylosanthes spp. (conhecido comercialmente como mineirão) foi escolhido por se tratar de uma espécie nativa e cujo plantio é permitido em unidades de conservação e por que espécies herbáceas estabelecidas em local minerado crescem rápido, protegem o solo e incorporam matéria orgânica. Covas foram escavadas nas duas porções da jazida (com e sem Stylosanthes spp.), totalizando 72 mudas de 6 espécies (Inga edulis, Couepia grandiflora, Genipa americana, Hymenaea stigonocarpa, Kielmeyera lathrophyton e Tapirira guianensis) em cada metade da área 36 mudas receberam cobertura morta (mulch). Além disso mais 36 mudas das 6 espécies citadas foram implantadas em uma área de Cerrado preservado adjacente à jazida. A sobrevivência e o desenvolvimento das mudas arbóreas foram anualmente acompanhados desde o plantio, em 2004 até 2008. A porcentagem de árvores sobreviventes ao final de cinco anos foi de 67,2%, porem não houve sobreviventes de Kielmeyera lathrophyton. As mudas estabelecidas na área de solo não minerado (controle) apresentaram as maiores percentagens de mortes. Em relação ao incremento das espécies, o Inga edulis apresentou o melhor desempenho. Não houve nenhum tratamento significantemente melhor que o outro. Para avaliar a sucessão ecológica dos dois manejos, foram calculados índices fitossociológicos (cobertura linear, densidade relativa, cobertura relativa, freqüência relativa e IVI) e índices de Shanonn, Jaccard e Pielou. Foi observado que o plantio do estrato herbáceo aumentou a diversidade de espécies em 63%, uma diminuição da colonização por espécies exóticas em 20%,
um aumento da cobertura linear da área em 30%. Como no Cerrado os estratos herbáceos e arbóreos apresentam comportamento heliófitos a introdução de ambos os estratos proporciona uma competição, porém não foi observado significância no desenvolvimento de espécies arbóreas em questão.
Referência:
STARR, Carolina Rizzi. Avaliação da sucessão ecológica e do desenvolvimento de árvores em uma lavra de cascalho revegetada do Distrito Federal, DF – Brasil. 2009. 67 f. Dissertação (Mestrado em Ciências Florestais)-Universidade de Brasília, Brasília, 2009.