Atividade antioxidante de bioprodutos do Cerrado: estabilidade oxidativa e qualidade da carne de frango
Autores:
Cristiane Bovi de Lima
Resumo:
Foram conduzidos 2 experimentos avaliando a estabilidade oxidativa e a qualidade física da carne de frangos suplementados dieteticamente com 4 extratos de plantas do Cerrado. Cada experimento utilizou 350 frangos que receberam rações com os extratos de barbatimão (BAR) e pacari (PAC), experimento 1; e sucupira (SUC) e copaíba (COP), experimento 2. Cada extrato foi fornecido em 3 dosagens 200, 400 e 600 ppm (experimento 1); e 500, 900 e 1300 ppm (experimento 2) e comparado a um tratamento controle negativo (CONT), sem adição de extratos. Ao final dos experimentos de campo, 10 animais de cada tratamento foram abatidos e as carnes do peito e da coxa e sobrecoxa foram coletadas e mantidas refrigeradas por 24 horas. Decorrido esse tempo, parte da carne de cada tratamento foi embalada à vácuo e congelada, e outra parte foi utilizada para avaliação da composição centesimal, pH e cor e, adicionalmente para o peito, perda de peso por cocção (PPC) e força de cisalhamento (CIS). As carnes congeladas foram utilizadas para a confecção de almôndegas pré-cozidas para a análise de estabilidade oxidativa durante armazenamento refrigerado. Para essa análise foram avaliados separadamente as carnes do peito e do complexo coxa e sobrecoxa para cada um dos experimentos, totalizando 4 ensaios, nos quais foram determinados periodicamente a concentração de TBARS (Thiobarbituric reactive substances). Os resultados foram analisados utilizando o programa estatístico SAS. No experimento 1, para a carne do peito, os tratamentos com BAR e PAC reduziram (P<0,05) umidade (UM) e lipídios totais (LPT) em comparação ao CONT, enquanto o oposto ocorreu para proteína bruta (PB). Para a carne da coxa e sobrecoxa, BAR e PAC elevaram (P<0,05) a PB e matéria mineral (MM) em comparação ao CONT. A adição de BAR e PAC afetou (P<0,05) as médias de L*, b*, PPC e CIS. Para a carne do complexo coxa-sobrecoxa, somente PAC200 apresentou diferença de CONT, pois elevou (P<0,05) os valores de L* e b*. Com relação a carne do peito do experimento 2, a adição de SUC e COP provocou um aumento (P<0,05) na UM e PB comparados ao CONT, exceto para SUC500 e SUC900; e uma redução nas médias de LPT e de MM comparados ao CONT, exceto para SUC500, COP900 e COP1300. Para a carne da coxa e sobrecoxa, SUC e COP aumentaram (P<0,05) a UM em comparação ao CONT. Para a qualidade da carne do peito, SUC e COP reduziram (P<0,05) PPC e para a carne da coxa e sobrecoxa, somente L* apresentou diferença estatística. Para a análise de oxidação lipídica para a carne do peito e do complexo coxa-sobrecoxa dos 2 experimentos, nenhum dos extratos foi eficiente na proteção dos lipídios da carne do peito, coxa e sobrecoxa quando comparados a seus respectivos CONT.
Referência:
LIMA, Cristiane Bovi de. Atividade antioxidante de bioprodutos do Cerrado: estabilidade oxidativa e qualidade da carne de frango. 2014. xv, 89 f., il. Dissertação (Mestrado em Ciências Animais)—Universidade de Brasília, Brasília, 2014.