O violeiro, cantor e compositor Pereira da Viola nasceu em 1962 em São Julião, no Vale do Mucuri, próximo à cidade mineira de Teófilo Otoni, e atualmente mora em Belo Horizonte/MG. Pereira conta ter conhecido a Viola Caipira em sua infância em São Julião, na década de 1960, mas só começou a tocar viola aos 28 anos de idade. A primeira música que tocou foi Tristeza do Jeca (Angelino de Oliveira) em seguida Trem do Pantanal (Almir Sater), Folia de Reis, batuques, cantigas de roda e outras.
Em 1982, as obras de artistas como Dércio Marques, Rubinho do Vale, Titane e Milton Nascimento influenciaram Pereira que passou a compor músicas retratando sua história (Rodrigues 2013). Atualmente, seu repertório é bastante variado em termos de ritmos e temática poética, além de continuar tocando e cantando as músicas que iniciou na viola, compõe melodias em estilo diversificado, como folias, batuques, samba de roda, samba de viola, canções e outros (Viola 2017).
CORRÊA, Jussânia Borges. Ecomusicologia no Cerrado: violeiras e violeiros convivendo com a natureza. 2017. 268 f., il. Dissertação (Mestrado em Música)—Universidade de Brasília, Brasília, 2017. Disponível em: <https://repositorio.unb.br/handle/10482/31444>
As raízes musicais brasileiras e os temas ambientais e indígenas permeiam sua obra.
Pereira (2017) afirma ter respeito e interatividade com a natureza de modo geral, o que visivelmente se observa em toda sua obra. Em seu primeiro disco, “Terra Boa” (1994), Pereira da Viola (viola e voz) e Josino Medina (voz e violão), acompanhados de flauta e percussão, interpretam O Sopro do Vento (Josino Medina), uma canção que exemplifica essa reverência e respeito pelo meio ambiente, e menciona na letra, a sabedoria que tem um pé de Jequitibá (…).
A canção Misturas e Mistérios (Pereira da Viola, João Evangelista), abre o segundo disco de Pereira “Tawaraná” (1996). Ponteando na viola um solo instrumental introdutório, Pereira canta sua andança pela paisagem mineira do interior.
Apesar de dizer que não desenvolve um trabalho com a viola intencionalmente voltado à conscientização ambiental no Cerrado, Pereira mostra em suas palavras que acaba tendo uma postura política e espiritual em relação à vida desse bioma:
“Sou defensor de tudo que tem vida, e o Cerrado por ser parte do conjunto das belezas planetárias, procuro interagir nas mais variadas formas, desde o ponto de vista político ao espiritual” (Viola 2017).
CORRÊA, Jussânia Borges. Ecomusicologia no Cerrado: violeiras e violeiros convivendo com a natureza. 2017. 268 f., il. Dissertação (Mestrado em Música)—Universidade de Brasília, Brasília, 2017. Disponível em: <https://repositorio.unb.br/handle/10482/31444>
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