Compositor, violeiro e cantor, Aparício Ribeiro nasceu em 1946, na cidade de Patos de Minas/MG, e há muitos anos mora no Distrito Federal, atualmente em Taguatinga, cidade satélite próxima à Brasília. Aparício Ribeiro conheceu o som da Viola Caipira na década de 1960, ainda na juventude, ouvindo as duplas da época, em que a viola se destacava chamando sua atenção, tocada por grandes músicos de estúdio como, Julião, Zé do Rancho e Moreno, assim como, por algumas duplas de sua cidade que tocavam esse instrumento (Ribeiro 2017).
CORRÊA, Jussânia Borges. Ecomusicologia no Cerrado: violeiras e violeiros convivendo com a natureza. 2017. 268 f., il. Dissertação (Mestrado em Música)—Universidade de Brasília, Brasília, 2017. Disponivel em: <https://repositorio.unb.br/handle/10482/31444>
Aparício Ribeiro vem atuando em prol do resgate e valorização da música caipira e regional. Em 1993, junto com o violeiro Volmi Batista fundaram o Clube do Violeiro Caipira de Brasília.155 Os dois violeiros foram criadores do Encontro Nacional de Folia de Reis no Distrito Federal e são radialistas da Rádio Cultura de Brasília.
Dentre as várias composições de Aparício que falam do Cerrado, algumas descrevem sua beleza e enaltece sua constituição, outras alertam para sua preservação. Nos encartes dos seus discos, Aparício escreve verbetes justificando os temas das músicas.
Outra composição instrumental relacionada à formiga é Formigão, tocada por Aparício em ritmo de pagode-de-viola. No verdete é explicada a importância das formigas como responsáveis pela oxigenação do subsolo (Ribeiro 2007). Para a composição Paturi, tocada em ritmo de rasqueado, Aparício comenta no verbete imaginar o voo do Paturi, uma mistura de pato do mato com marreco, presente nos lagos, cursos d’águas e nascentes de serras e veredas (Ribeiro 2010). Em outra faixa, Águas do Paranaíba tocada em ritmo livre, Aparício faz uma homenagem ao rio Paranaíba.
O músico alerta no verbete sobre as atividades que vem destruindo o Cerrado e afetando a sobrevivência dos animais:
“[…] Animais que vivem no cerrado como a onça-pintada, o tatu canastra, o lobo-guará, o cachorro do mato, espécies de lagartos e cobras correm o risco de serem extintos” (Ribeiro 2012).
Em ritmo toada/recortado, acompanhado de percussão, em outra música instrumental de sua autoria, Pequizeiro, no encarte é informado o quanto o pequizeiro, árvore típica do Cerrado brasileiro tem valor econômico. Seu fruto, o pequi, na língua indígena significa “casca espinhenta”, e no final, Aparício acrescenta:
“Ainda é tempo de salvar o Cerrado da devastação” (Ribeiro 2012).
CORRÊA, Jussânia Borges. Ecomusicologia no Cerrado: violeiras e violeiros convivendo com a natureza. 2017. 268 f., il. Dissertação (Mestrado em Música)—Universidade de Brasília, Brasília, 2017. Disponível em: <https://repositorio.unb.br/handle/10482/31444>
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