Therese von Behr
Therese von Behr nasceu em Vilnius em 1930, capital da República da Lituânia. Filha de uma consagrada aquarelista polonesa, Anna Romer, desde a infância, ainda na região báltica, começou a pintar temas da natureza. Antes de chegar ao Brasil, em 1950, onde se casou com Anatol von Behr, um jovem nascido na Estônia, por quem se apaixonou. Mas… sempre tem um mas para quem foge das guerras. Um dia o rapaz lhe trouxe uma notícia triste: “Gostei de você, mas estou me mudando do Canadá. Vou fazer minha vida nas fazendas do eldorado chamado Brasil”. Anatol viajou e acabou em Diamantino, Mato Grosso. Durante dois anos se corresponderam por carta. Therese foi à luta. Contactou, no Canadá, os pais de seu enamorado, recebeu o consentimento de casamento e acertou sua vinda para o Brasil. Pegou um navio em Nova York – apenas ela e sete baús – e desceu em Santos. Ainda bem que a novela teve um final feliz: Anatol a esperava. Moraram na fazenda deles perto de Diamantino até o ano de 1968. Estão desde 1976 em Brasília. Therese von Behr tem três filhos: Nicholas, poeta e escritor; Miguel, escritor e biólogo e Henrique, ilustrador, todos ambientalistas.
Admiradora da beleza da flora e da fauna do Cerrado, dedica-se à ilustração botânica desde 1991.Seu hábitat natural é a chácara da família, perto de Luziânia (GO), destino certo pelo menos duas vezes ao mês. Além da publicação A flora do Planalto Central do Brasil, é autora de Aves e Árvores do Brasil Central.
“Eu amo o cerrado. Gosto muito de andar e conhecer as plantas. O silêncio é maravilhoso”. Com voz mansa e lucidez invejável, é assim que Therese Von Behr, 85 anos, explica por que gosta tanto de pintar a fauna e a flora cerratenses. A lituana Therese chegou ao Brasil em 1956 depois de viver na Letônia, na Alemanha e no Canadá. Com 10 anos, deixou para trás a fazenda da família, fugindo da Segunda Guerra. Em Mato Grosso, virou Teresa e, hoje, atende pelos dois nomes. Em 1974, chegou à capital e se apaixonou perdidamente pelo Planalto Central e sua diversificada natureza. “Não me arrependi nem um pouco de ter vindo para cá. Gosto muito de Brasília, estamos no centro do país e temos muito do cerrado”, completa.