Roça Escola Jatobá
Renato Rocha

Renato Rocha se mudou para o Lago Oeste em 2020 e o terreno provavelmente já havia sido um pasto, com 20% de áreas severamente degradadas, 20% de árvores altas com terra preta na beira do córrego e 60% de Cerrado em recuperação. O qual agora também se recupera a partir de Sistemas Agroflorestais.

 

“Ter alimento e medicina no quintal. Futuramente desfrutar do ambiente Florestal. Se entreter, se conectar e acompanhar o movimento das plantas. Das plantas e de tudo ao redor”, essas são algumas vantagens que o Renato aponta a respeito das agroflorestas implantadas em sua roça.

 

Os motivos são: reflorestamento, produção de alimentos e experimentação. Ele relata como desenhou um de seus sistemas:

“Muvuca de sementes de árvore (principalmente nativas) de metro em metro no pé dos abacaxis. Abacaxi de metro em metro no centro do canteiro. Eucalipto também de metro em metro alternando com os abacaxis na linha central (nos sistemas mais recentes utilizamos plantas nativas emergentes para cumprir a função do Eucalipto: mutamba e embaúba principalmente) o resultado dessa substituição está muito bom para minha realidade…

 

Fechou a linha de árvore! Linha de roça: Mandioca de metro em metro (centro), Gengibre entre as mandiocas (centro), Açafrão nos lados da mandioca (ou seja: 2 Açafrões a cada metro). Linha de Capim Mombaça: só capim mombaça. Considerações: em todas as linhas (inclusive nas de capim) foram cultivadas hortaliças: beterraba, alface, rúcula, agrião, couve, espinafre, cenoura , maxixe. O milho também esteve presente em todos os canteiros. A abóbora foi plantada nas extremidades dos canteiros.”

 

É possível perceber que em apenas um sistema se consegue plantar, cuidar e colher muita diversidade, sendo assim uma ótima substituição para tantas monoculturas. Para além de tudo que foi cultivado, Renato diz que já havia algumas plantas nativas como o barbatimão, jatobá, copaíba, pequi, alecrim do campo, macela, cajuzinho, almécegas, juçara, pau terra, mandiocão, catolé, ipê, assa peixe, canela de velho, quaresmeira, lobeira, muricizão, embaúba, macaúba, pacari, pau santo, pata de vaca, chapéu de couro e caliandra.

 

São tantos beneficiamentos e Renato diz que o objetivo deles não é vender, por isso eles costumam dar a produção excedente. Ele e sua companheira Ana Cavalcanti também fazem parte do Coletivo Aroeira, movimento que reúne a agroecologia, o cuidado, e a cultura. E, em 2021, eles iniciaram uma capacitação para pessoas em vulnerabilidade conhecida por: Aroeira Semeia: Jornadas de Agroecologia e Cuidado. O trabalho dessa família é cheio de amor, humildade e esperança, virtudes urgentes para fortalecermos a nós mesmos e ao Cerrado. Vida longa aos projetos!