Dona Felisberta Pereira da Silva, raizeira, benzedeira, Mestra Suceira, artesã e trançadeira, descendente de escravos pelo lado paterno e de índio pelo lado materno, ela conta que desde muito cedo despertou a curiosidade pelas plantas e ervas medicinais, principalmente as do cerrado. 

Em 1997, teve seu ofício reconhecido pela Prefeitura de Natividade-TO, quando começou a exercer seus trabalhos com a fitoterapia popular e o aproveitamento de alimentos nas comunidades locais, contratada pelo município. Participou do programa PROVIDA de plantas medicinais do Governo Federal, ministra oficinas para alunos dos cursos de Medicina e Enfermagem da Universidade Federal do Tocantins, além de fazer atendimentos como benzedeira e raizeira em sua residência. 
 

Como diz Dona Felisberta: “Conhecer as plantas é uma ciência e sabedoria ancestral que é um tesouro herdado de nossos pais e da comunidade-raiz. Vale a pena conhecer e saber usar as plantas para a cura de todos os males O homem é parte da mãe natureza, somos parte dela, e ela é parte de nós!” 
 

A Mata que Cura 

por Felisberta Pereira da Silva 

Formato Digital: https://ninhocultural.com.br/a-mata-que-cura-pdf 

Este livro documenta a história de Dona Felisberta com as plantas do cerrado, registra nomes, funções e possibilidades de cura, uma cura do corpo, da mente e da alma. É um compartilhar de conhecimentos que nasce com Dona Felis e sua família na cidade histórica de Natividade, no interior do Tocantins, e ganha o mundo. 

“Moro aqui na Jacuba a minha vida inteira e trabalho com plantas do cerrado e bem poucas plantas de quintal. Vivo cercada de árvores e ervas, é um mundo de encanto e magia de cura e bem-estar. Só quem tem o privilégio de viver e aprender com as árvores e ervas consegue entender o que é cura pela natureza”(Felisberta Pereira da Silva).  

Continua trabalhando, em sua casinha de adobe, com o resgate dos saberes tradicionais, das nossas raízes, tentando restabelecer relações outrora perdidas e a crença errônea e comodista de que “remédio de farmácia melhora mais rápido”.

Artesã, trançadeira e praticante da Sussa (dança de senzala), ama transmitir os seus saberes e também trocar conhecimentos. Como ela mesma diz, aos 61 anos ainda se sente “moleca”, gosta de sorrir, brincar, aprender e ensinar.
Como Benzedeira que é, tem a maior satisfação em ver as pessoas se sentirem melhor com suas orações e acredita que o dom é um “presente de Deus”.

Se diz feliz por perceber as pessoas “acordando” para o resgate dos conhecimentos ancestrais.

Dona Felisberta participa das atividades do MPV – Movimento pela Vida*

Texto: Daniela Ribeiro