Dulce Nascimento
Dulce Nascimento apresenta conferências e ministra aulas de ilustração científica on line e presencial por todo Brasil e também no curso de ilustração científica na Universidade de Aveiro, Portugal.
Participa de expedições para ilustrar a flora do Brasil e é autora do livro Plantas Brasileiras – A Ilustração Botânica de Dulce Nascimento.
Formada em Composição Paisagística pela Escola de Belas Artes da Universidade Federal do Rio de Janeiro, exerceu a profissão de paisagista por alguns anos quando optou por se dedicar exclusivamente à ilustração científica.
Com especialização em Londres, no The Royal Botanic Gardens, Kew com Christabel King, através bolsa ganha na Fundação Botânica Margaret Mee e do Margaret Mee Amazon Trust.
Após o retorno ao Brasil fez parte do Conselho Consultivo da FBMMee.
Possui trabalhos no Palácio de Buckingham (Inglaterra), Palácio Real de Madri (Espanha) e Palácio Real de Oslo (Noruega) – todos encomendados como presentes do governo brasileiro às famílias reais desses países.
Desde 1998 coordena expedição anual pelo Rio Negro, na Amazônia em 10 dias na viagem de barco, aonde orienta ilustradores – experientes ou não e de todas as partes do mundo – no desenho de natureza em condições adversas da floresta, além de procedimentos de campo.
É membro da Guild of Natural Science Illustrators (GNSI), da American Society of Botanical Artists (ASBA) e da Société Française d’Illustration Botanique (SFIB).
A Ilustração Botânica, é um caminho que escolhi para a minha vida há 38 anos. Meu primeiro contato com a flora do Cerrado se deu pelas mãos de Maria Werneck de Castro, uma importante ilustradora botânica brasileira, ícone da arte científica e uma voz solitária a brigar pela preservação deste bioma. Ainda nos anos 60 quando foi trabalhar em Brasília, documentou em aquarelas orquídeas que estavam sendo destruídas pelo avanço das construções.
O meu encontro com Maria Werneck de Castro, de quem tive a honra de ter como mestra se deu em 1982 quando eu fazia meu primeiro estágio de ilustração botânica na FEEMA, RJ. Desde então, o que era para mim uma paixão, tornou se compromisso profissional, pessoal e de vida.
Foi numa aula que ela me apresentou o primeiro “modelo” de planta nativa do Cerrado, e que aqui apresento. Um fruto seco do Aspidosperma macrocarpum que guardava com todo cuidado em um armário no quarto e como um tesouro me emprestou pra praticar um exercício de ilustração em sua casa.
Depois, vim a documentar algumas outras espécies, que selecionei e aqui mostro especialmente. Entre elas a aquarela de uma espécie dos famosos ipes de Brasilia a Tabebuia ochracea, selecionada pela Presidencia da Republica como representante do cerrado e aquarela botânica me encomendada para ser presenteada aos reis da Noruega em visita ao Brasil em 2003.
Sem dúvida alguma, ao relembrar a minha trajetória, carrego sempre comigo o sentimento de gratidão à Maria Werneck de Castro, que muito além da técnica precisa me ensinou condutas que até hoje carrego comigo.
Meu objetivo ao exercer a ilustração científica tem o objetivo de divulgar espécies nativas do Brasil para sua preservação tanto para uso nas pesquisas quanto para conhecimento das espécies pelo público – que a aprecia em exposições, publicações e na decoração.
Uma a duas vezes ao ano tenho a felicidade de ir a Brasilia ministrar curso baseado em espécies da flora do cerrado com intuito de incentivar e orientar ilustradores experientes ou não a ilustrarem a vegetação nativa de seu ambiente.
Sinto-me muito orgulhosa aqui no Museu do Cerrado com o convite para participar de tão importante movimento em defesa do Cerrado e de seus tesouros botânicos.