Callicebus personatus, (É. Geoffroy & Humboldt, 1812)
Nome(s) popular(es):
Guigó-mascarado; guigó; sauá; zogue-zogue.
Características físicas:
Pesam em média 1,3 kg, sendo que a fêmea é aproximadamente 50 g mais leve que o macho. O tamanho corporal do macho é cerca de 38,5 cm e o caudal de 51 cm. Já a fêmea tem 35,5 cm de corpo e 49 cm de cauda.
Testa, orelhas, garganta, coroa e face são totalmente negros e o restante do corpo e cauda uniformemente alaranjados ou castanho-amarelados. Mãos, pés e braços são enegrecidos.
Ecologia:
A espécie apresenta baixa tolerância a modificações e perturbações em seu ambiente. Sua dieta é predominantemente composta por frutos (55-81%), seguida por folhas (18-26%) e flores, brotos de bambu e pequenos artrópodes (1-22%).
Formam casais monogâmicos, isto é, permanecem com o mesmo parceiro ao longo de toda a vida. O macho provê do cuidado parental, onde carrega o filhote até o desmame. A gestação dura um período de 167 dias, aproximadamente, e a fêmea dá à luz a somente um filhote a cada início de estação chuvosa. São escassas as pesquisas relacionadas a esta espécie e mais trabalhos devem ser realizados para melhor elucidação de dados ecológicos e comportamentais.
Distribuição geográfica:
Endêmico ao Brasil, o Callicebus personatus ocorre no nordeste de Minas Gerais e centro e norte do Espírito Santo. Sua área de extensão é estimada em 93.453 km² e infere-se que sua área de ocupação seja superior a 2.000 km². No bioma Mata Atlântica, faz uso tanto de florestas primárias, quanto de florestas secundárias, em elevações próximas ao nível do mar e, também é visto em áreas de Cerrado. Seu home range (área de vida) é de aproximadamente 11 hectares e é visto frequentemente utilizando os dosséis das florestas.
Status de conservação e Ameaças:
“Vulnerável” (VU): segundo a IUCN (União Internacional para Conservação da Natureza). Com distribuição relativamente limitada, o guigó-mascarado habita uma das regiões mais povoadas do país, dificultando sua preservação. A conversão de áreas florestadas em agricultura, pecuária, expansão urbana e rodovias, estão levando a um intenso desmatamento, gerando uma contínua perda e fragmentação de habitats para a espécie. Com isso, as populações de primatas estão reduzindo e se isolando cada vez mais.
Referências:
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