Matomática

 

MATOMÁTICA, ou  seja,  a  “Matemática  do Mato”.  Na MATOMÁTICA, relacionamos a quantidade de folíolos das folhas das árvores a seu número correspondente.

ABCERRADOMATOMATICA
PortuguêsMatemática
ARTICUM1
BABATIMÃO12+OU-
CALIANDRA50+OU-
DOURADONA1
EMBAÚBA10+OU-
FLEXINHA1
GOIABINHA1
HIBISCO1
IPÊ5
JATOBÁ2
KUMÃ50+OU-
LOBEIRA1
MARGARIDA1
NAVALHA1
ORQUIDEA1
PIQUI3
QUARESMA1
RAIZ DE PERDIZ1
SUCUPIRA16+OU-
TAQUARA1
UNHA DE VACA2
VELAME1
WALTHERIA1
XODÓ70 +OU-
YBIRAÚNA20 +OU-
ZEIEIRA5

As folhas são parte essencial da planta para a produção dos frutos, pois é através delas que a energia solar é captada e transformada em grande parte do alimento da planta. Suas principais funções são a fotossíntese e transpiração.

O limbo é a parte laminar da folha, geralmente ampla, com função essencialmente fotossintética. As folhas são consideradas folhas simples quando o limbo se apresenta indiviso, e são chamadas folhas compostas, quando é dividido em unidades chamadas folíolos ou pinas.

As folhas são consideradas simples quanto ao limbo que se apresenta inteiro ou recortado, mas não subdividido.

As folhas compostas são aquelas cujo limbo é formado por várias unidades (um ou mais folíolos) e contém, na base do pecíolo comum, gemas de crescimento, estípulas ou bainha.

O limbo pode ser simples (não-dividido) ou composto, dividido em dois, três ou mais folíolos. Caso os folíolos de um limbo composto partam todos de um mesmo ponto do pecíolo, dispondo-se como os dedos de uma mão, a folha é chamada de palmada.

Folhas que apresentam o limbo muito largo correm o risco de serem destruídas pelo vento, e por esse motivo o limbo se divide em folíolos. Quanto aos tipos de limbo, elas podem ser classificadas em folhas simples, cujo limbo não é dividido, e folhas compostas, cujo limbo é dividido em folíolos. A maioria das folhas largas é dividida em folíolos, sendo, portanto, composta. As folhas compostas se subdividem em imparipenadas, paripenadas e digitadas.

As folhas compostas imparipenadas apresentam um número de folíolos ímpares, com apenas um folíolo na extremidade.

As folhas compostas paripenadas apresentam um número de folíolos pares, com dois folíolos na extremidade.

As folhas compostas digitadas, também chamadas de palmadas, apresentam os folíolos partindo de uma base comum.

Alguns vegetais como o flamboyant (Delonix regia) e a sibipiruna (Caesalpinia) apresentam folhas recompostas, cujas folhas são duplamente compostas.

A:folha composta imparipenada; B: folha composta paripenada; C: folha composta digitada; D: folha recomposta

 

  1. Quantos folíolos tem o Araticum?

– Meu nome já diz: Só tenho um.

 

 

O nome araticum é derivado do tupi, podendo significar árvore de fibra rija e dura, fruto do céu, saboroso, ou ainda fruto mole.

Ocorre em cerrados e cerradões, ao longo de todo o bioma Cerrado.

O araticum-do-cerrado é um fruto grande, que apresenta polpa adocicada, rica em ferro, potássio, cálcio, vitamina C, vitamina A, vitamina B1 e B2. Com relação às polpas ocorrem dois tipos de frutos: o araticum de polpa rosada, mais doce e macio; e o araticum de polpa amarelada, não muito macio e um pouco ácido. Na época de sua frutificação são comuns o seu consumo pelas populações locais e sua comercialização em feiras ou em beira de estradas.

Quando aberto, o fruto oferece uma polpa cremosa de odor e sabor bem fortes e característicos. A polpa pode ser consumida ao natural ou na forma de batidas, bolos, biscoitos e bolachas, picolés, sorvetes, geléias e diversos doces. Sorveterias de Brasília e Goiânia produzem sorvetes e picolés de araticum. A espécie contribui para as economias informal e formal, durante seu período de frutificação, em todo o Cerrado. É importante que pelo menos ¼ dos frutos disponíveis na área não seja coletado, de modo a não comprometer as populações naturais de araticum. Tais populações têm sido drasticamente reduzidas e isoladas, decorrência da devastação produzida pelas macro políticas de expansão agrícola, promovidas para a região do Cerrado.

As sementes na medicina popular são usadas para diarréia e menstruação, e ainda servem como inseticidas. A casca corticeira é usada como bóia de redes de pescar.

 

 

2. Quantos folíolos tem o Jatobá?

 

– Eu tenho dois, um pra lá, um pra cá.

 

 

Folhas alternas, bifolioladas (compostas por dois folíolos) características dos jatobás.

 

 

3) Quantos folíolos tem o Pequi?

– Eu tenho três: um no meio, um ali, outro aqui.

 

 

 

4) Quantos folíolos tem o Paineira?

 

– Eu tenho quatro, um a menos que a Zeieira.

 

FOLHAS: São compostas, palmadas, com 5 a 7 folíolos, perde suas folhas, surgindo flores.

 

 

 

5) Quantos folíolos tem a Zeieira?

 

– Eu tenho cinco, uma mão inteira.

 

Bolsa-de-pastor é o nome popular de uma planta da família das Bignoniáceas, endêmica do cerrado brasileiro.

NomeCientífico: Zeyheria montana – Mart. BignoniaceaeSinônimo: Zeyheria digitalis (Vell.) Hoehne

Nome popular: Arapari, chapéu-de-frade, cinco-dedos, guarapariba, mandioquinha-do-campo, pó-de-mico, tatajupoca, zeiera.

Parte utilizada: Casca e raízes

Forma de utilização: Chá

Finalidades: O chá da casca é usado para sífilis e blenorragia, enquanto o chá das raízes serve para problemas da pele, é vermífugo e usado contra a anemia. Possue propriedades medicinais sendo usada no tratamento de doenças da pele e como anti-inflamatório.

Modo de uso: Oral

Cozimento: Pepara-se o chá por infusão.

Nota: Dados medicinais extraídos de SILVA JUNIOR, Manoel Cláudio da;

100 Árvores do Cerrado: Guia de Campo, Brasília, 2005, pág188.

 

 

6) Quantos folíolos tem o Ipê?

 

– Eu tenho cinco: vem aqui pra ver.

 

Nos ipês, são chamados de “folhas” cada conjunto de 3, 5 ou 7 folíolos. O ipê amarelo, por exemplo, tem folhas com 5 folíolos, ou seja, cada conjunto de 5 folíolos, que se abrem como os dedos de uma mão bem aberta, é uma folha.

É fácil descobrir a espécie: ipê amarelo tem folha com 5 folíolos; ipê branco, folha com 3 folíolos; ipê rosa ou roxo, folha com 5 ou 7 folíolos. Se a muda tem folhas com 5 folíolos, você tem que decidir se é rosa (ou roxo) ou amarelo. É fácil: as folhas novas do ipê amarelo comum (Tabebuia chrisotricha) são muito “peludas”, os “pelinhos” sendo facilmente perceptíveis pela visão e pelo tato; as folhas do ipê roxo ou rosa são lisas, brilhantes, sem pelinhos.

As abelhas visitam as flores do ipê-roxo. A flor quando cai no chão é comida pelo veado, pela cotia e pela paca. Os pássaros xexéu e bem-te-vi fazem seus ninhos nas copas das árvores.

 

 

7) Quantos folíolos tem o Mandiocão?

 

– Seis, sete e oito: são mais que uma mão.

 

Nome científico: Didymopanax morototonii

Família: Araliaceae

Distribuição geográfica: Região amazônica até o Rio Grande do Sul, em várias formações florestais, todos os estados brasileiros.

Filotaxia: Altura de 20-30 m, com tronco retilíneo de 60-90cm de diâmetro. Folhas compostas palmatilobadas, concentradas no ápice dos ramos, com 7-10 folíolos de 20-40 cm de comprimento.

Obtenção de sementes: Os frutos devem ser colhidos diretamente da árvore quando adquirirem coloração roxo-escura e iniciarem a queda espontânea. Podem ser semeados dessa forma como se fossem sementes ou podem ser despolpados para a liberação das mesmas. Um quilograma contém aproximadamente 70.400 sementes. Sua viabilidade germinativa dura menos de 60 dias.

As folhas da Schefflera macrocarpa são digitadas, apresentando 5 a 8 folíolos na parte terminal do pecíolo, o que lhes dá a aparência de dedos da mão.

 

 

8) Quantos folíolos tem a Embaúba?

 

– Eu tenho dez, são duas luvas.

 

Nome cientifico: Cecropia pachystachya.

Família: Urticaceae.

Outros nomes comuns: Embaúba, embaúva, umbaúba, imbaúba, ambaíba, pau-de-preguiça,árvore-da-preguiça, pau-de-lixa, umbaúba-do-brejo, caixeta-do-campo, figueira-de-sururinan, ibaíba, ibaítuga, torém, umbaubeira, ambahi, ambaitinga, ambati, ambaigba.

Características: árvore de médio porte, pioneira, 4 a 8 metros de altura, de madeira fraca e crescimento rápido. Preferem locais sombreados e úmidos. Folhas simples alternas com 8 partes, de 40 cm. A flor e sementes aparecem como um pequeno cacho no topo da árvore.

Utilidades: pioneira e rústica, ideal para inicio de reflorestamento. Atrativa para fauna oferece alimento para pássaros, bicho-preguiça, e morada para vários tipos de insetos como formigas e cupins.

Ainda sobre os frutos, diz-se que possuem gosto forte, o que não diz muito a favor de seu consumo, mas ainda assim são muito apreciados pelas preguiças, animais fortemente associados a estas árvores. Outra associação relevante são formigas do gênero Azteca, que vivem dentro do caule da embaúba, em grande simbiose.

A simbiose é uma troca: a planta lhes fornece alimento (as formigas que vivem na embaúba não predam suas folhas, elas se alimentam de um composto doce presente nas “axilas” das folhas, produzido pela planta especialmente para a atração das formigas), e as formigas lhe fornecem proteção (portanto, cuidado ao mexer na planta esperando derrubar frutos e folhas, estas formigas são bravas). O bicho-preguiça, entretanto, é capaz de ignorar – e mesmo de jantar – as formigas, de modo que elas se tornam mais um atrativo para ele. Outra curiosidade é que as preguiças, mesmo que muito lentas em terras e árvores, nadam muito bem, utilizando rios como corredores, de modo que não é a toa que gostem tanto de uma planta típica em matas ciliares.

Onde é encontrada: presente em todos ecossistemas do país, com muita frequencia nas matas e como pioneira em áreas degradadas.

Época de floração e frutificação: floresce em setembro, frutos em junho.

A identificação delas em campo não é difícil, e pode ser de grande valor, tanto para o biólogo interessado nas dinâmicas de clareira, quanto para alguém andando na mata, já que embaúbas vistas à distância podem indicar a presença de um rio, o que ajuda na localização e, se voce estiver perdido mesmo, ajuda na sobrevivência. Em outros casos, elas indicar clareiras ou a borda da mata, o que é util em estudos ecológicos, e que também pode ser relevante na orientação.

 

 

9) Quantos folíolos tem o Barbatimão?

 

– Eu tenho 12: são mais de duas mãos.

 

O Barbatimão (barba-de-timão, borãozinho-roxo, casca-da-virgindade, uabatinô) é uma espécie pertencente à família Leguminosae-Mimosaceae de ampla distribuição no Cerrado brasileiro (Campo cerrado, Cerradão, Solos Arenosos, geralmente não inundáveis) abrangendo os estados da Bahia, Distrito Federal, Goiás, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Minas Gerais, São Paulo e Tocantins.

É uma árvore Hermafrodita medindo entre 2 e 6m de altura, com casca áspera e cheia de fissuras. As folhas são alternas e compostas, onde os folíolos têm a forma mais ou menos arredondada e o numero pode variar de 5 a 8 pares por folha.

 

FORAM  OS   INDÍGENAS  QUE  PERCEBERAM  O   POTENCIAL  DA   CASCA DESSA ÁRVORE. NÃO PARA COMER – SEU GOSTO, ASSIM COMO O DE UMA BANANA VERDE, DÁ AQUELA SENSAÇÃO DESAGRADÁVEL DE AMARRAR A BOCA. DAÍ O NOME YBA TIMÓ, NA LÍNGUA INDÍGENA SINÔNIMO DE “ÁRVORE QUE APERTA”.

O QUE ELES SABEM HÁ TEMPOS HOJE ESTÁ COMPROVADO POR PESQUISADORES: O BARBATIMÃO É UM EXCELENTE CICATRIZANTE E UM PODEROSO REMÉDIO CONTRA BACTÉRIAS, INFLAMAÇÕES E ATÉ FERIDAS.

 

Geralmente a floração ocorre entre os meses de setembro a novembro onde aparecem flores pequenas (6mm de comprimento) e delicadas, com pétalas livres de creme esverdeado. Devido a esta característica, o barbatimão também é utilizado como espécie ornamental.

A florada do barbatimão é tóxica para os ninhos de abelha europa. Porém, quando há floradas de outras plantas próximas, as abelhas não visitam as flores do barbatimão. As vagens do barbatimão têm cheiro agradável e são comidas por veados. O gado também come as vagens, mas as vacas quando estão prenhas, costumam perder a cria devido ao efeito abortivo causado pela planta.

Os frutos começam a aparecer no final da floração, estendendo ate junho onde já estão secos e prontos para disseminar. O fruto é uma vagem com endocarpo macio e fibroso de coloração escura contendo varias sementes mais ou menos compridas (de 6 a 9mm de comprimento por 3mm de largura) de coloração castanho avermelhado.

 

 

Por possuir um porte arbóreo e um cerne resistente, o barbatimão é utilizado na construção civil. A casca é importante como fonte de tanino, uma substância empregada no curtume de couros e no artesanato.Todavia esta planta é mais conhecida na medicina popular. Ela é amplamente utilizada como anti-séptico e bactericida curando várias infecções cutâneas. Ainda é empregada no tratamento de gonorréia, hérnia, feridas hemorrágicas, diarréias, gastrite, dores de garganta e hemorróidas. Há indícios de que as sementes sejam tóxicas e na época da floração intensa, parece causar morte em larvas de abelhas. Da cinza da madeira extrai-se a decoada, uma substância escura que substitui a soda cáustica na fabricação de sabão caseiro.

A madeira é própria para construção civil, para obras expostas e ambientes úmidos, para trabalhos de torno e marcenaria. A casca contém alto teor de tanino de grande ação adstringente. As favas (vagens) são consideradas tóxicas ao gado bovino, causando-lhes fotossensibilização. A árvore é bastante ornamental, principalmente pela forma da copa e delicadeza da folhagem. Pode ser empregada com sucesso no paisagismo, principalmente na arborização de ruas estreitas. Também recomendada para plantios mistos em áreas degradadas de preservação permanente.

 

ALMEIDA, S. P; PROENÇA, C. E. B; SANO, S. M. RIBEIRO, J. F.Cerrado: Espécies

vegetais úteis. Planaltina: EMBRAPACPAC, 1998 Pág, 347