O projeto de paisagismo foi realizado na área central do Instituto de Ciências Biológicas (IB/UnB), que foi denominada Louise Ribeiro em homenagem à estudante de Biologia assassinada em março de 2016. A proposta foi elaborada de forma conjunta por professores e estudantes da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU/UnB) e do IB, em parceria com o escritório Mariana Siqueira Arquitetura da Paisagem e com a Profa. Camila Santana (UFG, campus de Goiás Velho).

O projeto visa realizar intervenções paisagísticas com mobiliário, coberturas feitas em bambu e plantio de plantas herbáceas e arbustivas nativas do Cerrado, visto que a área já tem árvores nativas plantadas. O plantio das espécies herbáceo-arbustivas foi feito seguindo o preceitos de jardins naturalistas, frequentemente utilizados em países caracterizados por ambientes savânicos e campestres e que visam aproveitar as características ambientais naturais dos ambientes em que são implementados. Os jardins naturalistas visam aproximar a população das plantas nativas de cada região e reduzir necessidade de manutenção, tais como replantio e irrigação.

Os jardins serão implementados por semeadura direta, após o revolvimento do solo, conforme técnicas utilizadas para a restauração de áreas degradadas, as sementes utilizadas serão disponibilizadas pelo Laboratório de Ecologia Vegetal e/ou poderão ser compradas da associação de coletores de sementes ‘Cerrado de Pé’, sediada em Alto Paraíso de Goiás.

O Jardim Louise Ribeiro é um jardim naturalista. Isso significa que aceitamos e respeitamos a natureza e os seus processos.
Nos conectamos com a sazonalidade do Cerrado e passamos a valorizar os fenômenos que acontecem no jardim ao longo do ano, nas estações de seca e de chuva. Assim, aprendemos sobre a ecologia do Cerrado, sobre o tempo e os ciclos da natureza.
Além disso, ao aceitar a estação seca como ela é, deixamos de investir grandes quantidades de água para manter o jardim verde, como geralmente acontece em outros jardins espalhados por Brasília, onde muitas vezes as plantas são substituídas anualmente. A sazonalidade passa a ser nossa aliada, e pouco a pouco mostramos, através do jardim, a beleza que existe nos meses mais secos do ano.

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