Saruê.
É uma espécie bastante generalista e pioneira: isso é um comportamento estrategista, pois os animais podem explorar e ocupar novos nichos com facilidade. Também são bem adaptados a ambientes instáveis e de matas secundarias. É um dos poucos mamíferos que consegue viver nas áreas ocupadas pelo homem, sendo muito comum nas propriedades rurais e urbanas.
No Cerrado ocorre em todas as fitofisionomias como florestas ripárias, cerradão, cerrado e campo cerrado. Ocasionalmente entra em moradias humanas pois possui grande potencial de colonizar áreas urbanas onde existem fragmentos florestais pelo seu aspecto generalista. Sua época reprodutiva começa ao fim de julho/inicio de Agosto e pode ir até Novembro (dura aproximadamente 7 meses), a espécie produz aproximadamente duas ninhadas por ano, de 10-15 filhotes por ninhada. O animal é onívoro, consome invertebrados, frutas e vertebrados, nesta ordem decrescente de preferência. Por essa dieta diversa, os indivíduos adultos apresentam elevados índices de obesidade!
As fêmeas adultas medem em média 518mm e os machos 485mm, machos e fêmeas não possuem dimorfismo. Os Saruês pesam em média de 700-2000g, em média fêmeas adultas pesam 1768g e machos 1673g.
Achado na Argentina, Bolívia, Brasil, Paraguai, Guiana Francesa, Colômbia e Uruguai. Ocorre em regiões subtropicais da América do Sul.
O estado de conservação é pouco preocupante (ícone PP), segundo IUCN 2016 não está ameaçado, mas a destruição das florestas, seu hábitat, ameaça sua sobrevivência. Além disso o Saruê é perseguido e morto de forma impiedosa em propriedades rurais. Na época de reprodução as fêmeas ficam mais lentas e o índice de atropelamento em estradas e áreas urbanas é alto.
Uma curiosidade legal é sobre a sua anatomia reprodutiva e o seu nome, Didelphis significa ”dois úteros”, ou seja, as fêmes possem dois úteros para terem uma quantidade maior de filhotes em uma única ninhada!