Syrigma sibilatrix (Temminck, 1824)

Vocalização

Nome(s) popular(es)

História Natural

Ave comum a ambientes abertos, é uma das garças (família Ardeidae) menos associada a ambientes aquáticos. É típica do Cerrado, Pampas, Mata Atlântica e Chacos Bolivianos. Costuma ocorrer em áreas campestres, savânicas ou de vegetação florestal esparsa, e pode ser vista comumente em áreas recentemente queimadas ou abertas para plantio. Apesar de também poder percorrer áreas alagadas, nunca se aventura em águas mais fundas. No Cerrado ocorre em campos limpos, campos sujos, campos úmidos, savanas e cerradões. Possui um chamado característico, bem agudo e sibiloso. Se alimenta de uma variedade de animais, como insetos (besouros, libélulas, gafanhotos), aranhas, vermes, peixes, sapos, cobras, e outros pequenos répteis e roedores. Caça no chão, se mantendo imóvel por longos períodos ou caminhando lentamente. Pode ser predada por Jiboias e pelo Jacurutu. Costuma viver solitária ou em pares, em territórios estabelecidos, onde pernoitam e fazem seus ninhos sobre árvores, com gravetos, se reproduzindo entre setembro e janeiro. Tanto o macho quanto a fêmea incubam os ovos.

Descrição

Mede de 50 a 64 cm de comprimento. Possui o bico vermelho com a ponta negra, e pele azul entre o bico e o olho. As laterais de sua cabeça são castanho alaranjado, e o topo da cabeça cinza escuro com um crista de penas compridas na nuca que podem estar abaixadas sobre o pescoço. Sua garganta e barriga são de um amarelo claro pálido. O pescoço e o peito são de uma cor creme pálido cinzento, com tons esverdeados ou amarelados. Seu dorso e asas são cinza escuro, com uma área laranja nas laterais, sobre a asa, estriada de cinza.

Distribuição

Ocorre em duas regiões da América do Sul, uma mais ao norte, abrangendo a Colômbia e a Venezuela, outra mais no centro-oeste do continente, abrangendo Bolívia, Brasil, Paraguai, Uruguai e o nordeste da Argentina. No Brasil está presente principalmente nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste, ocorrendo em todos os estados destas, além da BA e extremo sul do PI.

Conservação

Pouco preocupante: não é considerada ameaçada (ICMBio e IUCN).

Referências

Aoki, C., & Landgref Filho, P. (2013). Predation on Leptodactylus chaquensis (Anura: Leptodactylidae) by the whistling heron Syrigma sibilatrix (Ciconiiformes: Ardeidae) in Central Brazil. Herpetology Notes, 6, 261-262.


BirdLife International 2016. Syrigma sibilatrix. The IUCN Red List of Threatened Species 2016: e.T22696913A93592468. http://dx.doi.org/10.2305/IUCN.UK.2016-3.RLTS.T22696913A93592468.en. Downloaded on 08 December 2019.


Clements, J. F. (2012). The Clements Checklist of Birds of the World. Cornell: Cornell University Press.


Dean, S. (2012). Whistling Heron (Syrigma sibilatrix), version 1.0. In Neotropical Birds Online (T. S. Schulenberg, Editor). Cornell Lab of Ornithology, Ithaca, NY, USA. https://doi.org/10.2173/nb.whiher1.01


Franz, I., Ghizoni-Jr, I. R., Albuquerque, J. L. B., Barcellos, A., Hassdenteufel, C. B., Arend, F. L., & Martins-Ferreira, C. (2007). Predação da cobra d’água Helicops infrataeniatus (Serpentes, Colubridae) pela maria-faceira Syrigma sibilatrix (Aves, Ardeidae) no sul do Brasil. Biotemas, 20(2), 135-137.


Gussoni, C. O. A., Guaraldo, A. D. C., & Staggemeier, V. G. (2006). Aspectos da biologia reprodutiva de Syrigma sibilatrix (Ardeidae, Aves). Revista Brasileira de Ornitologia, 161-163.


Gwynne, J. A., Ridgely, R. S., Argel, M., & Tudor, G. (2010). Guia Aves do Brasil: Pantanal e Cerrado. São Paulo: Horizonte.


Hayes, F. E., Capllonch, P., & Montero, R. (2015). Predation on Amphisbaena heterozonata (Squamata: Amphisbaenidae) by the whistling heron Syrigma sibilatrix (Pelecaniformes: Ardeidae) in Tucumán, Argentina. Revista Brasileira de Ornitologia, 23(4), 395-397.


Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade. 2018. Livro Vermelho da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção. Brasília: ICMBio. 4162 p.


Martínez-Vilalta, A., Motis, A. & Kirwan, G.M. (2019). Whistling Heron (Syrigma sibilatrix). In: del Hoyo, J., Elliott, A., Sargatal, J., Christie, D.A. & de Juana, E. (eds.). Handbook of the Birds of the World Alive. Lynx Edicions, Barcelona. (retrieved from https://www.hbw.com/node/52672 on 9 December 2019).


Meneses, A. S. de O., & Corrêa, B. A. P. (2019). Boa constrictor (Boa constrictor) diet. Herpetological Review 50(3): 583-584.


Sick, H. (1997). Ornitologıa brasileira. Rio de Janeiro: Nova Fronteira.


Silva, J. M. C. da (1995). Birds of the cerrado region, South America. Steenstrupia, 21(1), 69-92.


Wikiaves. (2019). Maria-faceira. Recuperado em 8 de dezembro, 2019, de https://www.wikiaves.com.br/wiki/maria-faceira

);