Coletivo de Mulheres do Cerrado no Oeste baiano

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O Coletivo de Mulheres do Cerrado no Oeste baiano é composto por mulheres do campo e da cidade, que se organizam para lutar pela defesa da biodiversidade, das águas e da dignidade das populações rurais e urbanas da região. Em diálogo com a Campanha em Defesa do Cerrado, as mulheres partilharam: ”As lutas são coletivas, defender as mulheres, nossos territórios, nosso Cerrado, é defender nossa própria existência!”.

Historicamente as mulheres do Oeste baiano, estão inseridas nas lutas pela terra, pela água, em defesa dos seus territórios, seja nas comunidades, nos movimentos sociais, sindicatos, associações e pastorais sociais. De um modo ou de outro foram construindo a resistência feminina das mulheres do Cerrado.


Essas mulheres de luta, pensando na realidade que as aproxima, se organizaram em 2020, no “Coletivo de mulheres pelo Cerrado no Oeste baiano”. Desde então mensalmente se encontram, e partilham de suas experiências e vivências.

 Um dos objetivos do coletivo é que as mulheres possam se reunir, para se conhecerem, promover formação sobre saúde, gênero, sexualidade, violências, direitos, justiça social, exploração e danos que o agronegócio causa sobre a região, e outras discussões ligadas ao Sistema Biogeográfico do Cerrado, com todas as questões que envolvem cultura, modo de vida, agricultura de subsistência e agroecologia, Economia Solidária.


O coletivo vem trabalhando com um planejamento que levou em consideração a pandemia mundial do covid-19. Uma ação que causou grande impacto na região foi o 8 de março de 2021, dia da mulher, o coletivo realizou uma intervenção artística nas ruas do Oeste da Bahia, com a colagem de lambe-lambe e fortes reflexões sobre a importância da vacinação, da defesa do Sistema Único de Saúde (SUS), violência doméstica contra a mulher, respeito a identidade de gênero e sexualidade, denunciaram os impactos do agronegócio sobre a vida das comunidades tradicionais.


“Participar do coletivo é afirmar o compromisso em defesa do Cerrado e de seus povos, não existe outro caminho para fortalecer nossas lutas que não sejam o caminho da organização. Juntas poderemos fazer ecoar nossas lutas em defesa de uma sociedade onde as mulheres possam ter uma vida de liberdade e respeito, e isso deve estar em sintonia com a nossa casa comum, o Cerrado” Amanda Alves, nascida e residente no Oeste baiano.

Mulheres do Cerrado Baiano em defesa da vida e contra o patriarcado

Maria Aparecida, agente da CPT – BA, aborda sobre o aumento dos casos de violências, machismos e feminicídios no Brasil nos últimos anos e nesse tempo de pandemia, especialmente no campo. Longe das políticas públicas, as mulheres camponesas também enfrentam a violência do patriarcado presente nos empreendimentos do capital, no agronegócio, na mineração; e contam apenas com as redes de proteção estabelecidas no próprio território.

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