Biguatinga, Carará (Amazônia), Calmaria (RS), Maria Preta (CE), Peru D’Água, Mergulhão Serpente, Biguá Bicolor, Anhinga, Arará, Meuá, Miuá, Muiá.
Ave aquática comum, típica de corpos d’água com as margens florestadas. Pode ser encontrada em lagos, rios lentos, brejos e pântanos, e apesar de menos comum, na orla marítima. No Cerrado, pode ser visto em rios e lagos margeados por mata de galeria ou mata ciliar. Se alimenta principalmente de peixes, mas pode capturar sapos, cobras aquáticas, crustáceos e insetos aquáticos. Caça fazendo longos mergulhos, sendo um ágil nadador. Utiliza seu pescoço longo e arqueado e o bico fino e pontudo para espetar suas presas com um bote rápido, apunhalando-as sob a água e depois as levando para fora dela para engolí-las. Pode ser possivelmente predado por jacarés. Quando não está na água, onde o corpo fica submerso e só a cabeça e o pescoço ficam visíveis (podendo se assemelhar a uma cobra aquática devido à forma delgada), pode ser visto nas margens e proximidades dela, empoleirado em troncos secos, muitas vezes de asas abertas para secar as penas. Podem ser vistos em bandos mistos, ou em casais quando em reprodução. São monogâmicos, formando laços duradouros, e o casal pode usar o mesmo ninho ao longo dos anos, geralmente feito em galhos de árvores próximas ou diretamente acima da água. Podem fazer o ninho em colônias, às vezes junto a outras aves aquáticas, como o Biguá, as cegonhas (família Ciconiidae) e as garças (família Ardeidae). O macho traz o material e a fêmea constrói o ninho, feito com gravetos e forrado com galhos vivos e folhas verdes. Põe de 3 a 4 ovos branco azulados. Tanto o macho quanto a fêmea chocam os ovos e alimentam os filhotes.
Mede de 85 a 91 cm de comprimento. Ave esguia, com pescoço fino, comprido e arqueado. Possui a cabeça estreita, o bico amarelo, fino, pontudo e comprido, e a cauda também comprida, com as pontas claras. Seus pés são palmados e amarelados. O macho possui a coloração preta, com estrias brancas no dorso e sobre as asas, que se juntam em uma faixa branca no meio dessa. A fêmea possui a coloração mais clara, com tons pardos e creme, principalmente no pescoço e no peito, onde o creme se destaca do preto da barriga. Sua aparência e hábitos se assemelham aos do Biguá, mas as manchas brancas no dorso do macho, o pescoço mais longo e esguio e o bico mais fino, comprido e pontudo (sem gancho na ponta) do Biguatinga permitem diferenciá-los.
Possui ampla distribuição pelas Américas, ocorrendo desde o extremo sul dos Estados Unidos até o Uruguai e nordeste da Argentina, incluindo todos os países continentais da América Central, Cuba, Trindade e Tobago, e todos os países da América do Sul com exceção do Chile. No Brasil, ocorre em todos os estados.
Pouco preocupante: não é considerado ameaçado (ICMBio e IUCN), mas suas populações mostram sinais de declínio (IUCN).
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