O artesão é identificado como aqueles que, de forma individual, exerce um ofício manual, transformando a matéria-prima bruta ou manufaturada em produto acabado. Esses trabalhadores podem ser organizados sob a forma de Núcleo de Artesãos, Associação, Cooperativa, Sindicatos, Federação e Confederação.

 

A classificação do produto artesanal está definida conforme a origem, natureza de criação e de produção do artesanato e expressa os valores decorrentes dos modos de produção, das peculiaridades de quem produz e do que o produto potencialmente representa. Além disso, determina os valores históricos e culturais do artesanato no tempo e no espaço onde é produzido. Nesse sentido, o artesanato é classificado em cinco categorias: indígena, de reciclagem, tradicional, de referência cultural, e contemporâneo-conceitual. 

 

No artesanato, considera-se matéria-prima toda substância principal, de origem vegetal, animal ou mineral, utilizada na produção artesanal, que sofre tratamento e/ou transformação de natureza física ou química, resultando em bem de consumo. Ela pode ser utilizada em estado natural, depois de processadas artesanalmente/industrialmente ou serem decorrentes de processo de reciclagem/reutilização.

 

Fonte: Programa do Artesanato Brasileiro, Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC).

Catálogo Espécies vegetais do cerrado: materiais para produção artesanal

Este catálogo registra 30 espécies vegetais do Cerrado Mineiro que fornecem matéria prima para o artesanato no Vale do Urucuia.

 

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SEMENTES

O pré-beneficiamento de sementes para produção de biojoias é uma atividade antiga, muito comum nas tribos indígenas. As sementes devem ser lavadas e submetidas em estufa (aproximadamente 60ºC/1 h). Este procedimento elimina os insetos que normalmente, reduzem a durabilidade do produto. Depois de secas as sementes devem receber óleos essenciais com propriedade repelente, buscando recuperar o brilho e aumentar a durabilidade. Deve-se utilizar uma mistura de três tipos de óleos essenciais, sendo canela, citronela e eucalipto.

 

Utilizam-se três gotas da mistura para cada 300 gramas de semente. A mistura deve ser passada nas sementes com auxílio de uma flanela (NOGUEIRA, 2008, p.6). As sementes secas são selecionadas por tamanho, qualidade e formato. As defeituosas e degradadas servem de adubo. Após a verificação, remove-se de forma manual, a casca que cobre a semente. Devem ser colocadas ao sol para secar, por uma semana. Depois destes procedimentos, as sementes são furadas. Para a produção artesanal, as sementes podem ser utilizadas inteiras, cortadas ao meio, em fatias, em forma de cascalho e todas essas formas podem ser pigmentadas. 

 

FOLHAS E FIBRAS

As fibras são colocadas de molho em água limpa. Após este procedimento, adiciona-se uma boa quantidade de chá de raiz da urtiga branca ou folhas de vinagreira durante duas horas. Este método elimina insetos e o “leite da planta”, evitando alergias no artesão durante o manuseio. Ao serem retiradas do molho, as fibras devem ser colocadas para secar a “meia sombra”, bem estendidas, para evitar que se quebrem. O tempo de secagem varia de acordo com a umidade relativa do ar. Depois de secas, as fibras adquirem cores naturais, podendo ser tingidas com pigmentos naturais.

 

Para impermeabilização, usa-se cola branca, goma caseira de farinha ou verniz industrial. Para produção de biojoias e objetos decorativos, as folhas passam pelos procedimentos de retirada da clorofila, pigmentação com corantes naturais ou anilina.  

 

Fonte: Mourão, Nadja Maria. Espécies vegetais do cerrado: materiais para produção artesanal, 2013.

 

 

Conheça alguns artesãos do Cerrado:

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