Gavião Preto, Cauã (MG), Gavião Caipira, Gavião Fumaça, Tauató Preto, Urubutinga.
Gavião relativamente comum, costuma estar associado a ambientes úmidos, como brejos e pântanos, além de bordas de mata e formações savânicas, principalmente na proximidade da água. Também é encontrado em ambientes alterados, como pastos e parques com corpos d’água. No Cerrado pode ser visto em uma diversidade de ambientes, como em bordas de matas de galeria e matas ciliares, em cerradões e cerrados densos, veredas e campos alagados. Gosta de se empoleirar em galhos secos, e pode ser visto planando alto, aproveitando as correntes térmicas para se sustentar no ar. Quando caça, costuma partir de um poleiro, mas pode voar por dentro da mata a procura de presas. É um predador poderoso, e sua dieta é bem variada, se alimentando de roedores, morcegos e outros pequenos mamíferos, aves, tanto adultos quanto filhotes e ovos, lagartos e cobras, anfíbios, até peixes, caranguejos, e eventualmente frutas, como o Cajá Mirim. Pode procurar queimadas para capturar os animais em fuga ou mortos pelo fogo. Entre suas presas, pode-se citar Jararacas, Suindara, Asa Branca, Xexéu, Saruê, Mico Estrela e Macaco de Cheiro. Faz seu ninho com gravetos no alto de árvores, geralmente próximo a corpos d’água, pondo de 1 a 2 ovos.
Mede entre 51 e 63 cm de comprimento. Sua coloração é totalmente preta, com leves tons castanhos no dorso. Possui a base da cauda branca até a metade, com uma fina faixa branca na ponta. A base de seu bico é amarela, assim como suas patas. Por sua coloração preta, pode lembrar o Gavião Urubu, este porém possui uma ou mais barras brancas na cauda, e o Gavião Preto costuma ser um pouco maior e tem um bico mais robusto.
Sua distribuição é ampla e se estende do Uruguai e nordeste da Argentina até o norte do México, incluindo boa parte da América Central e da América do Sul a leste dos Andes. No Brasil está presente em quase todo o território, sendo menos comum na região Nordeste.
Pouco preocupante: não é considerado ameaçado (ICMBio e IUCN), e suas populações aparentam estar estáveis (IUCN).
BirdLife International. 2016. Buteogallus urubitinga. The IUCN Red List of Threatened Species 2016: e.T22695827A93529071. https://dx.doi.org/10.2305/IUCN.UK.2016-3.RLTS.T22695827A93529071.en. Downloaded on 21 May 2020.
Carvalho, E. P. M., Canuto, M., & Zorzin, G. (2006). Biologia reprodutiva do gavião-preto (Buteogallus u. urubitinga: Accipitridae) no sudeste do Brasil. Revista Brasileira de Ornitologia, 14(4), 445-448.
Clements, J. F. (2012). The Clements Checklist of Birds of the World. Cornell: Cornell University Press.
Dort, J. (2020). Great Black Hawk (Buteogallus urubitinga), version 1.0. In Birds of the World (T. S. Schulenberg, Editor). Cornell Lab of Ornithology, Ithaca, NY, USA. https://doi.org/10.2173/bow.grbhaw1.01
Duarte, H. O., & Carvalho, W. D. (2019). First record of common squirrel monkey (Saimiri sciureus) consumption by Great Black Hawk (Urubitinga urubitinga). The Wilson Journal of Ornithology, 131(3), 644-647.
Gwynne, J. A., Ridgely, R. S., Argel, M., & Tudor, G. (2010). Guia Aves do Brasil: Pantanal e Cerrado. São Paulo: Horizonte.
Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade. 2018. Livro Vermelho da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção. Brasília: ICMBio. 4162 p.
Menq, W. (2018). Gavião-preto (Urubitinga urubitinga). Aves de Rapina Brasil. Recuperado em 21 de maio, 2020, de http://www.avesderapinabrasil.com/buteogallus_urubitinga.htm
Sick, H. (1997). Ornitologıa brasileira. Rio de Janeiro: Nova Fronteira.
Silva, J. M. C. da (1995). Birds of the cerrado region, South America. Steenstrupia, 21(1), 69-92.
Wikiaves. (2018). Gavião-preto. Recuperado em 21 de maio, 2020, de https://www.wikiaves.com.br/wiki/gaviao-preto